Menino de um ano com membros mal formados e hidrocefalia é exemplo de superação em Quixeré.
Enzo e os pais vivem numa casa alugada em Quixeré, próximo ao município de Limoeiro do Norte, numa zona rural onde há muito uso de agrotóxicos.
27 de janeiro de 2016 às 11:00

O menino Enzo Cauê, de 1 ano e 10 meses, é uma criança muito especial. Atento a tudo a sua volta, ele começa a falar as primeiras palavras.
Também está aprendendo a sentar. Apesar do pouco
tempo de vida, ele já se mostrou um exemplo de superação ao lidar com suas
limitações físicas e com a dificuldade de sustento da família. Enzo nasceu com
os membros mal formados e com hidrocefalia. Nada, entretanto, que diminua a
alegria da família com o garotinho planejado por eles.
Enzo e os pais vivem numa casa alugada em
Quixeré, próximo ao município de Limoeiro do Norte, numa zona rural onde há
muito uso de agrotóxicos, tema abordado na premiada série Viúvas do Veneno, do
Diário do Nordeste.
O assunto também foi apresentado no programa Profissão Repórter, da Rede Globo, onde a história de Enzo foi destaque.
O menino, inclusive, não seria o único a ter nascido com má formação.

Os jovens pais dele têm
dificuldades de se manter. A mãe, Marisa, tem 19 anos e vive para cuidar de
Enzo. O pai, esforçado, faz bicos para garantir o leite apropriado que a
criança precisa tomar. Mas não é o bastante. A boa notícia é que eles contam
com o apoio de pessoas de outras cidades. “A energia estava cortada. Aí fizeram
um bingo e pagaram o aluguel até outubro o ano passado”, explica a vendedora
Sâmia Moreno, que a cada três meses junta doações em Aracati e leva para Enzo.
Sâmia também criou uma página
no Facebook para informar e conseguir mais apoiadores. De acordo com ela, um
show de dança do ventre no Rio de Janeiro chegou a arrecadar cerca de R$
1.000,00 para a Campanha Enzo. Com a ajuda dessas pessoas, o garoto pode ter
sua festinha de 1 ano, comemorado em novembro do ano passado, com bolo e
decoração. Num vídeo publicado no mesmo dia da comemoração, os pais explicaram
a situação do menino.
Eles dizem que a má formação dos membros foi descoberta por eles apenas após o
parto. “A gente só soube quando ele nasceu. Os dois médicos que fizeram
ultrassom não disseram nada”, revelou o pai. Enzo faz tratamento no Hospital
Infantil Albert Sabin. Lá souberam que ele também tem hidrocefalia (um excesso
de fluido no crânio) e deverá, segundo a família, se submeter a uma cirurgia
para colocar uma válvula na cabeça. Ele também tem uma hérnia num dos
testículos e também deverá tratar disso cirurgicamente.
Na localidade onde moram, a comunicação é difícil. Ligar para um telefone é complicado e o contato é esporádico. “De três em três meses faço campanha, arrecado doações e vou deixar lá, disse Sâmia, a amiga que a família ganhou quando ela soube da história do Enzo. “Queria trazê-los para Aracati, porque ele teria um melhor cuidado aqui. Mas a família tem medo de sair de lá”, explicou a vendedora
Diário do Nordeste
Curta nossa página no facebook