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80 cidades do Ceará enviam pacientes para outros locais

03 de outubro de 2019 às 09:01

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Diariamente, quem trafega pela BR-222, principal via de ligação urbana entre Caucaia e Fortaleza, pode observar o trânsito de ambulâncias e carros de secretarias de saúde em direção à Capital. São veículos de cidades como Tururu, Itapipoca, Miraíma e Paracuru, localizadas mais ao Norte do Estado, que revelam uma realidade atestada pelo Instituto Brasileiro de Pesquisa e Estatística (IBGE): 43% dos municípios do Ceará enviam usuários da Atenção Básica para a realização de exames médicos em outros locais.

Dos 184 municípios do Estado, 80 informaram realizar o intercâmbio, conforme o levantamento da Pesquisa de Informações Básicas Municipais (Munic) 2018, divulgada na semana passada. Além disso, 74 deles encaminham pacientes para internação em outras cidades. O número corresponde a 40% do total.

 
A necessidade é bem conhecida por Gleidivan Nogueira e a mãe, Maria Alves, que passaram o último ano em viagens entre Iguatu, no Centro-Sul, e a Capital. Maria precisava de um tratamento na tireoide e foi encaminhada pelo sistema de saúde público. Com as marcações feitas, ela precisava esperar a confirmação de uma vaga no carro fornecido pelo Município.

"Quando não dava certo, a gente tinha que ir de ônibus mesmo", conta a filha, Gleidivan. As viagens pesavam no orçamento: eram R$ 280 por mês, para as duas custearem ida e volta. "A gente saía 23h e chegava de manhãzinha", explica. Para Gleidivan, o mais viável seria o atendimento no Cariri, mas lamenta a "rede de saúde menor" por lá.

Na análise dos dados do IBGE, constata-se que 44% dos municípios têm pacientes encaminhados por Equipes de Saúde da Família, e 41% por setor específico das secretarias municipais de saúde. Em relação aos serviços de emergência, 35,3% dos municípios (65) fazem o transporte ou o referenciamento de pacientes para unidade de saúde pública de outro município; e 10,9% (20 cidades), a serviços privados conveniados com o Sistema Único de Saúde (SUS).

Os deslocamentos impactam os serviços ofertados em Fortaleza. Conforme dados da Plataforma IntegraSUS, do Governo do Estado, no mês de setembro, um em cada três pacientes que tiveram permanência superior a 24 horas na emergência do Hospital Geral de Fortaleza (HGF) não era da Capital. A maioria adveio da Região Metropolitana, além do Maciço de Baturité e do Vale do Jaguaribe.