Ações contra crimes eleitorais iniciam última semana de campanha
10 de novembro de 2020 às 07:39
A menos de uma semana para as eleições, a Polícia Federal (PF) e o Ministério Público do Ceará (MPCE) realizaram ações de combate a crimes eleitorais em, pelo menos, três cidades cearenses. Um homem foi detido em Barbalha e mandados de busca e apreensão foram cumpridos em Pacujá e Campo Sales. A compra de votos, por exemplo, é um dos principais crimes fiscalizados na véspera do pleito.
Conforme o promotor de Justiça Emmanuel Girão, coordenador do Centro de Apoio Operacional Eleitoral (Caopel) do Ministério Público do Estado do Ceará (MPCE), o crime de corrupção eleitoral, onde se enquadra a captação ilícita de sufrágio, costuma ocorrer em diversas fases do processo eleitoral.
“É mais comum realmente quando a eleição se aproxima, porque os candidatos ficam receosos de que, se comprarem com muita antecedência, o eleitor pode vender o voto para outra pessoa”, disse. Portanto, segundo ele, o Ministério Público fica mais atento na reta final para combater esse tipo de ilícito.
No domingo (8), o próprio Ministério Público Eleitoral (MPE) deflagrou a Operação Sufrágio II, no município de Pacujá, a 309 km de Fortaleza. A ação é parte de investigação que tramita na Promotoria Eleitoral da 79ª Zona e tinha como objetivo fazer buscas e apreensões no endereço de seis pessoas.
Em outubro, na mesma apuração, o MPE deflagrou a Operação Mensalinho, com suspeita sobre o pagamento de propina pelo Poder Executivo para vereadores da Câmara Municipal de Pacujá. À época, foram encontrados cadernos com listas de nomes de eleitores, dinheiro em espécie e vales-combustível. Entre os novos alvos, estão candidatos a prefeito e vereadores do Município, além de apoiadores, segundo o MPE.
De acordo com o órgão, o grupo montou um esquema de compra de votos em troca de benefícios para os eleitores, como a compra de passagens aéreas, entrega de materiais de construção, depósito de valores, entrega de dinheiro em espécie e pagamentos de exames médicos.
Conforme Emmanuel Girão, a corrupção eleitoral é difícil de ser investigada. “Se caracteriza quando um lado dá, oferece ou promete uma vantagem ou quando outro lado solicita ou recebe, seja para si, seja para outra pessoa”.
Barbalha
Em Barbalha, um homem foi preso por suspeita de compra de voto. Ele foi detido em flagrante e levado para prestar esclarecimentos à Polícia Federal, já que seria suposto crime eleitoral. Com o suspeito, os PMs encontraram dinheiro, santinhos de candidatos a prefeito e vereador e anotações.
Em um caderno, havia informações sobre eleitores, inclusive sobre renda, estrutura da moradia e enfermidades de membros da família. Para cada pessoa listada, as anotações indicavam materiais de construções que deveria ser entregues a cada um.