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Sistema de teleconsulta será implementado no Ceará para auxiliar em diagnósticos de doenças causadas por Aedes aegypti

13 de janeiro de 2020 às 14:53

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Um novo sistema de teleconsulta passará a ser utilizado por profissionais de saúde do Ceará para ajudá-los nos diagnósticos de doenças causadas pelo mosquito Aedes aegypti. A medida faz parte do conjunto de ações pensados para este ano pela Escola de Saúde Pública no combate ao Aedes. Novidade foi divulgada durante coletiva de imprensa na manhã desta segunda, 13. Além dessas, outras medidas serão implementadas no Estado, que pretende evitar uma possível epidemia de arboviroses, principalmente devido à quadra chuvosa.

Segundo Joana Maciel, secretária municipal da Saúde, esse setor de enfrentamento é permanente e vem atuando desde 2017. O tema tem sido trabalhado de forma interdisciplinar e deve envolver outras secretarias, como a de Educação e Conservação e Serviços Públicos. "O combate ao mosquito transmissor é uma ação que extrapola os muros da saúde", ressalta Joana.

Ainda conforme a secretária, uma grande preocupação do Estado é que a epidemia de dengue que vitimou quase dois milhões de pessoas na Região Sudeste durante 2018 e 2019 possa passar para outros locais do País que não foram afetados. Segundo Joana, essa espécie de consequência é comum acontecer um ou dois anos depois.

Outra questão também foi levantada durante a coletiva: os casos de dengue tipo 2 no Ceará. Há pelo menos 12 anos o sorotipo não circula pelo Estado, o que significa que parte da população não está imunizada para este vírus "por não ter nascido nesse período ou por não ter tido a doença ainda", explica Joana.

A secretária também alertou para cuidados em casa durante o período chuvoso, como evitar acúmulo de água em reservatórios. "Por outro lado, estamos nos preparando caso haja aumento desses casos com capacitação de profissionais, restruturação de unidades. Hoje, 23 postos de saúde estão preparados para fazer, inclusive, hidratação, com salas de observação, entrega de exames mais rápidos", complementou.

Atualmente, as regionais V e VI são as mais afetadas pelos casos de arboviroses. Sobre isso, Joana explicou que a secretaria trabalha com estudos estratificados, identificando os locais que têm mais casos e onde os mosquitos mais aparecem, para fazer operações específicas. Em 2019, segundo ela, foram dois milhões de domicílios visitados por profissionais de saúde, detalha.

Também presente na coletiva, titular da Secretaria da Saúde do Ceará (Sesa), Cabeto, ressaltou ações pontuais importantes no combate ao Aedes aegypti, como premiar municípios com menor número de casos e contínuo treinamento dos profissionais. Ele deu detalhes do sistema de teleconsulta e disse que a Escola de Saúde Pública continua elaborando processos de comunicação para facilitar o compartilhamento de informações.

Segundo Cabeto, a partir da teleconsulta, médicos e outros especialistas que tiverem dúvidas durante consultas ou outras ações poderão consultar, via webconferência ou até mesmo pelo WhatsApp, outros profissionais do assunto, que também poderão ajudar a definir e estratrégias terapêuticas. Conforme assessoria, ainda não há data para implantação do sistema, que ainda está sendo construído. Mais informações sobre serão divulgadas em coletiva nos próximos meses.

Ainda conforme o secretário, as regiões que mais preocupam a Sesa, devido ao alto índice de arboviroses, são: litoral leste e sertão central, região centro-sul do Cariri, região acima do Iguatu, região próxima a Canindé e a região próxima a Quixeramobim. A expectativa de uma intensa estação chuvosa também é outro fator preocupante para a pasta, que destaca o treinamento contínuo de profissionais como um dos fatores que mais ajudam a lidar com o tema.

Tiago Ribeiro, prefeito do município de Cascavel, localizado no litoral leste, destacou que a atenção será redobrada na cidade durante o período carnavalesco, quando tradicionalmente há maiores aglomerações. "Nesse caso específico, contaremos com apoio da secretaria de Turismo e da pasta responsável pela limpeza pública. A intenção é tornar o trabalho mais abrangente possível", pontuou.

O gestor ainda ressaltou a importância da integração com a Sesa para que os municípios e o Estado cheguem a um denominador comum, tanto em relação à forma de atuação como em relação aos repasses financeiros.