Sete pessoas são presas em nova fase de operação que investiga fraudes em licitações no Ceará
21 de outubro de 2021 às 09:35
A 2ª fase da Operação Hasta, deflagrada na manhã nesta quinta-feira (21) pela Polícia Civil, cumpre 10 mandados de prisão simultâneos em Fortaleza e Itatira, no Norte do Ceará, contra um grupo criminoso suspeito de movimentar R$ 132 milhões nos últimos oito anos com a participação de servidores públicos e políticos. Até o momento, sete pessoas foram presas na operação.
O montante teria sido levantado através de fraudes em licitações, peculato (desvio de dinheiro público), corrupção ativa e passiva, organização criminosa e lavagem de dinheiro.
Os mandados estão sendo cumpridos por 90 policiais civis. Segundo a corporação, o nome da ofensiva faz referência a uma expressão de origem árabe cujo significado é “sob a lança”. "Quer dizer que debaixo da lança nada deveria ser oculto, não podendo haver suspeitas em um contrato ou em um negócio", explica.
Até o momento, seis pessoas foram capturadas. Outras informações sobre os desdobramentos da operação serão repassadas pela Polícia Civil ao longo dia.
1ª FASE DA OPERAÇÃO
A primeira fase da Operação Hasta ocorreu no dia 6 de julho nos municípios de Fortaleza, Itatira, Caucaia e Pacatuba, alvos de 15 mandados de busca e apreensão.
As investigações apontam que pelo menos dez empresas, registradas no nome de laranjas, são coordenadas pelo grupo. Havia contratos para serviços diversos, principalmente para locação de veículos.
Segundo o delegado Marcelo Vegas, da Delegacia de Combate à Corrupção (Decor), foram bloqueados 2 milhões de reais, em imóveis, móveis e bens.
Também houve bloqueio de 420 contas, com cerca de R$ 700 mil. Nos endereços dos alvos, os policiais apreenderam R$ 120 mil em espécie. Vegas afirmou que foi encontrado dinheiro em real, euro, dólar e uma moeda coreana.
Outro ponto que chamou atenção dos policiais foi a estrutura das empresas, sem capacidade técnica de oferecer os serviços pelos quais foram contratados.
Durante o cumprimento dos mandados, houve duas prisões em flagrante. Uma das pessoas foi detida por falsificação de moeda pública, após os policiais encontrarem dólares falsos em sua casa.
O outro alvo atirou contra os policiais e foi preso por tentativa de homicídio. Em sua residência, foram apreendidas diversas armas.
A polícia destacou que, durante os cumprimentos de mandados, foram encontrados alvos com padrão de vida incompatível à atividade financeira.
Os alvos da operação podem ser investigados por fraude à licitação, peculato, corrupção ativa e passiva, lavagem de dinheiro e organização criminosa.