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Região do Cariri, no Ceará, registra aumento de mais de 68% nos casos de dengue em um ano

12 de agosto de 2020 às 14:32 - Atualizado em 12/08/2020 14:33

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A região de saúde do Cariri, no Ceará, registrou 6.374 casos confirmados de dengue entre os dias 29 de dezembro de 2019 e 25 de julho de 2020. É um crescimento de 68,8% em relação a igual período do ano anterior, quando 3.776 registros da arbovirose foram contabilizados. As informações dados são do boletim epidemiológico mais recente sobre Arboviroses, publicado pela Secretaria de Saúde do Ceará (Sesa) na segunda-feira (10).

Em todo o Ceará foram registrados 14.193 casos de dengue no Ceará em 2020, um aumento de 65% em relação ao mesmo período no ano passado, com 8.582 confirmados. Apesar do aumento de casos, de acordo com a Sesa, o cenário é de redução nos casos notificados de dengue em todo o estado. Em março de 2020, aponta o boletim, a taxa de incidência da arbovirose permaneceu abaixo da média móvel da doença.

No Cariri estão ainda três das quatro cidades que registraram mais de 1.000 casos da doença em 2020: Crato, com 1.107 notificações, Icó, com 1.092 e Juazeiro do Norte, com 1.085 ocorrências. A outra cidade é Fortaleza, com 5.554 positivos. Contudo, na capital, circulam dois sorotipos de dengue (DENV1 E DENV2). Enquanto isso, Icó tem circulação do tipo DENV2 e Juazeiro do Norte, do DENV1. O boletim não especificou a sorologia percebida no Crato.

Luciano Pamplona, epidemiologista e professor do Departamento de Saúde Comunitária da Universidade Federal do Ceará (UFC), acredita que a elevação de casos na região do Cariri se dá pela quadra chuvosa. “Continua chovendo neste ano, principalmente nesta região. Isso acelera a capacidade do mosquito de se reproduzir”, avalia.

Ainda segundo Luciano, pelo retorno do sorotipo DENV 2 da doença, que circulou pela última vez no estado há 10 anos, era esperado um aumento de casos em todo o Ceará. “As pessoas que nasceram nesse intervalo ainda não estavam imunes da doença. Por isso, esperávamos um crescimento nas notificações para esse ano. Contudo, o isolamento pode ter coibido a doença, já que as pessoas estavam mais em casa e poderiam cuidar mais dos pontos de foco”, conta.

Casos graves na capital

Único município com circulação dupla da doença no estado, a capital registrou aumento de 166% de casos de dengue em relação ao ano passado. Em 2019, foram 2.082 ocorrências na cidade.

Fortaleza também concentra a maior parte dos casos de Dengue com Sinais de Alarme do Ceará, com 81 dos 162 casos registrados somente na capital. Os óbitos decorrentes da versão mais grave da doença (DG) também estão concentradas na cidade. Dos cinco óbitos por DG, três acontecerem em Fortaleza. As outras fatalidades foram em Barbalha (1) e Missão Velha (1).

Redução

No Litoral Leste/Jaguaribe e no Sertão Central o cenário foi de redução. A maior queda foi registrada no Litoral Leste, já que os casos reduziram de 5.339, em 2019, para 831 em 2020, diminuição de 84,4%. No Sertão Central, com queda de 999 diagnósticos de dengue no ano passado para 474 neste ano, a diminuição foi de 52%.

Similar ao Cariri, as regiões Norte e de Fortaleza aumentaram os casos de dengue em relação ao ano passado, com avanço de 65,8% e 18,8% respectivamente. Somados, os 55 municípios que integram a área norte acumularam, em 2019, 266 casos da arbovirose, enquanto em 2020 foram percebidos 441. Já nos arredores de Fortaleza, as 44 cidades que compõem a área avançaram de 5.511 no ano passado para 6.073 em 2020.

Ricristhi Gonçalves, a coordenadora de Vigilância Epidemiológica e Prevenção da Sesa, reforça a prevenção, mesmo durante a pandemia, para evitar a proliferação do mosquito Aedes aegypti, transmissor das arboviroses dengue, chikungunya e zika.

“Os cuidados não podem parar. É necessário observar e eliminar os focos de mosquito, ou seja, o ambiente em que ele se desenvolve. São ações simples de inspeção em casa, no comércio, em seu trabalho. Precisamos lembrar que ainda estamos tendo arboviroses”, pontua Ricristhi.

As recomendações são a limpeza frequente de quintais, recolhendo objetos que possam acumular água, como pneus velhos, latas, recipientes plásticos, tampas de garrafas, copos descartáveis e até cascas de ovos. Além disso o lixo doméstico deve ser armazenado em sacos plásticos e descartado de maneira correta, em depósitos fechados.