PMs dispararam tiros que mataram seis reféns em Milagres e tentaram apagar imagens de câmeras, diz laudo
14 de março de 2019 às 08:12 - Atualizado em 14/03/2019 08:13

Membros de duas famílias que haviam saído do aeroporto de Juazeiro do Norte indo para Brejo Santo (CE) e Serra Talhada (PE) foram feitos reféns pelos assaltantes, na madrugada de sete de dezembro. Morreram Claudineide, Cícero Tenório, João Batista, Gustavo e Vinicius, todos da família pernambucana. Do Ceará morreu Edneide Rodrigue.
Sobreviveram a mãe, Maria Lurilda, o pai Fernandes Laurentino e o irmão Genário Laurentino. São eles as principais testemunhas oculares da operação. Todos afirmam, em depoimento, que partiram da Polícia os tiros que acertaram os demais reféns e os assaltantes.
Autoria dos disparos
Participaram da operação 12 policiais, incluindo dois snipers (atirados de elite), do Grupo de Ações Táticas Especiais (Gate), da Secretaria de Segurança Pública do Ceará. Cada um deles portava fuzil, além de armas como pistolas. Eles eram comandados pelo major Antônio Gonçalves Cavalcante. Em depoimento, o major afirmou que os assaltantes iniciaram o tiroteio e haviam matado os reféns antes da troca de tiro. A tese do militar contradiz a dos reféns sobreviventes.
Ainda conforme o laudo, após o tiroteio, os próprios policiais recolheram a munição disparada e outros vestígios da ação. Os militares também tentaram apagar as imagens das câmeras de segurança de estabelecimentos no entorno.
Os 12 policiais foram afastados do cargo três dias após o crime. Em janeiro deste ano, oito deles retornaram às atividades.
G1/CE