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Livros de cordelista indígena do Ceará vão compor acervo da maior biblioteca do mundo, nos EUA: 'Abertura de caminhos para outras mulheres'

29 de dezembro de 2021 às 09:22

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Três livros escritos por Auritha Tabajara, reconhecida como primeira cordelista indígena do Ceará, foram selecionados para compor o acervo da Biblioteca do Congresso dos Estados Unidos, a maior do mundo, localizada em Washington.

"Coração na Aldeia, Pés no Mundo", "A Grandeza Tabajara" e a "Sagrada Pedra Encantada" foram as obras selecionadas. Ela entregou também à biblioteca o cordel em folheto "Kunhataim em São Paulo", escrito pela filha Ana Jásly, quando a adolescente tinha 13 anos — atualmente, ela tem 15.

A cearense não esconde o orgulho da conquista, e ver este marco sob um horizonte ainda mais amplo. “Ser uma mulher indígena, nordestina, cordelista, lésbica, com livros na maior biblioteca do mundo é uma abertura de caminhos para outras mulheres que fazem parte dessas minorias”, declara a cordelista.

As bibliotecas são muito mais que um simples depósito de livros literários. É um lugar de mistério, um espaço de encontro, uma casa onde cabe toda a gente”, complementa Auritha.

A autora, que é natural de Ipueiras, interior do Ceará, explica que o convite surgiu após um evento de contação de histórias do qual ela participou em São Paulo. Ela foi procurada por uma representante da Biblioteca do Congresso, que mora em São Paulo.

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A Magaly, que é representante da biblioteca de Washington, me encontrou. Eu estava em São Paulo porque fui para um evento em Mato Grosso recentemente, e precisei passar lá para ver a questão da finalização do filme que conta minha história. Eu mandei oi para a Magaly, e foi muito rápido, encontrei com ela no dia seguinte para entregar os livros”, relembra a cordelista.

Não há data específica ainda para as obras chegarem ao acervo da Biblioteca do Congresso, pois há um protocolo que precisa ser seguido. "Eles [os livros] ainda vão passar pela Biblioteca do Rio de Janeiro, que é um procedimento feito. Lá, a representante do Rio assina e só depois chega lá no Congresso", explica Auritha.

Com informações do G1