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Juíza ofendida por vereador de Quixadá se diz preocupada e pede apoio policial

“É inadmissível o machismo, a violência verbal e a incitação à violência física e a desmoralização do chefe do poder Legislativo ao Poder Judiciário”.

09 de setembro de 2016 às 08:32

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Ana Cláudia Gomes de Melo é Juíza Titular da 2ª Vara da Comarca de Quixadá.

Representantes da Associação Cearense de Magistrados (ACM), estiveram nesta terça-feira, 6, no município de Quixadá. Eles prestaram apoio ao Juízo da Comarca, que, recentemente, foi alvo de discurso ofensivo por parte do presidente da Câmara Municipal de Quixadá, vereador Augusto César Fernandes-Duda. 

A juíza da 2ª Vara e diretora do fórum do Quixadá, Dra. Ana Cláudia Gomes de Melo Oliveira, concedeu entrevista sobre às ofensas sofridas pelo vereador. “O pronunciamento do presidente da Câmara feriu tanta a honra quanto à imagem do Poder Judiciário local. O Matadouro foi interditado por ordem do doutor Adriano, que é juiz da 1ª Vara. No entanto, o presidente da Câmara Municipal dirigiu às suas ofensas a decisão judicial e a minha pessoa, porque achou que a decisão seria minha”. 

Insuflando a violência 

“Ele fez várias agressões de gênero, se referindo a mim, de maneira pejorativa por ser mulher e também insuflando os magarefes e a população a violência contra a mim, como juíza, dizendo que em Quixadá não tinha homem para me combater”. 

Juíza preocupada 

“Estamos muito preocupados, particularmente me preocupou por ficar aqui[Quixadá], a mercê dessa insegurança”, ressaltou a magistrada. Sua preocupação é justamente uma mensagem dessa chega a milhares de pessoas. "A gente não sabe o que essas pessoas podem está pensando em fazer, ou que ataque pode fazer em razão dessa mensagem irresponsável”. A juíza disse que uma autoridade deveria ter o cuidado com o que fala. 

Machismo

A juíza se mostrou indignada com o machismo do vereador ao “insuflar a violência contra um magistrado que está fazendo o seu dever legal, que é julgar, inclusive, a decisão foi de outro magistrado, mas de maneira machista, o vereador se utilizou de falar pra mim, e de me atacar enquanto mulher, enquanto juíza”. 

A doutora Ana Claudia deixou claro que a decisão de seu colega, Dr. Adriano Ribeiro Furtado, foi bem fundamentada e teve a única preocupação de proteger a saúde dos moradores de Quixadá. Para ela, essa preocupação também deveria ser do vereador Duda.  

“Nós como Poder Judiciário, zelamos pela imparcialidade. A nossa posição sempre é imparcial, de acordo com a lei e com a jurisprudência”, e acrescenta: “não é justo que a gente seja atacado dessa forma, por isso, busquei apoio dos colegas da Associação Cearense dos Magistrados e da imprensa, para que esse tipo de atitude não se repita.” 

A juíza repudiou: “é inadmissível o machismo, a violência verbal e a incitação à violência física e a desmoralização do chefe do poder Legislativo ao Poder Judiciário”. 

O presidente da Associação Cearense dos Magistrados- ACM, o presidente, juiz Antônio Araújo, prometeu uma reação firme, prometendo processar nas esferas civil e criminal.

Na sexta-feira, a juíza saiu do Fórum escoltada pela Polícia Militar, não só por esta causa, mas por uma série de fatores, eleitoral e de crimes na esfera penal.

Escute o áudio da juíza falando sobre o assunto: