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Hospitais da UFC obtêm verba e retomam atendimento, diz reitor

No domingo, diretores anunciaram redução de 50% nos atendimentos.Hospitais universitários enfrentam déficit e falta de materiais básicos.

02 de dezembro de 2015 às 08:45

Os hospitais universitários de Fortaleza Walter Cantídio e Maternidade Escola Assis Chateaubriand vão retomar as atividades normais a partir desta quarta-feira (2). Os serviços prestados pelas instituições de ensino e saúde haviam sido paralisados na segunda-feira (30) por falta de recursos para despesas de custeio. Segundo o reitor da Universidade Federal do Ceará (UFC), Henry de Holanda Campos, o Governo Federal liberou R$ 6 milhões referentes ao mês de setembro, que estavam atrasados, e assim os serviços serão normalizado.

A direção dos hospitais universitários havia anunciado a redução em 50% dos exames e consultas e suspensão de cirurgias por falta de material ."A decisão da direção do hospital e da maternidade [de paralisar as atividades] não teve a concordância da reitoria e nem da Esberrh [Empresa Brasileira de Administração Hospitalar], mas havia motivos para a paraparalisação", explica o reitor. Atualmente, os dois hospitais operam com um déficit mensal de R$ 10 milhões.

O reitor explica que o valor de R$ 6 milhões será utilizado para adquirir materiais básicos que permitirão a realização de procedimentos hospitalares. "O que não pode em hipótese alguma é que os pacientes deixem de ser atendidos", diz Henry de Holanda. O recurso obtido pela UFC dá uma margem de trabalho de dois meses, segundo o reitor.

Ainda segundo o reitor, os fornecedores garantiram a manutenção do abastecimento de antibióticos e insumos. Ele afirma que, desde o anúncio da paralisação de parte das atividades, apenas o setor de endometriose da Maternidade Escola teve parte dos serviços comprometido e que nenhum transplante deixou de ser realizado.

Ainda de acordo com a reitoria da UFC, além dos atrasos no repasse de recurso, as unidades estão comprometidas devido a convênio firmado com a Prefeitura de Fortaleza para realizar atendimentos pelo Sistema Único de Saúde (SUS). Segundo o reitor, os hospitais recebem valores da prefeitura com base em um acordo firmado há 10 anos, sem revisão dos valores desde então. "É necessário que haja um processo de recontratualização com valores mais justos", afirma.

Terceirizados

Até fevereiro de 2015, deverá ser concluído o processo que envolve a substituição dos profissionais terceirizados do Complexo Hospitalar, com cerca de 700 trabalhadores vinculado à Sociedade de Assistência e à Maternidade-Escola Assis Chateaubriand (Sameac). O impacto destes no Orçamento da UFC é de R$ 1,4 milhão, quantia que, de acordo com Henry, seria "muito preciosa" para o pagamento de insumos dos hospitais.

"Nossa situação se tornou mais complexa porque temos uma determinação judicial de um juiz do trabalho, a quem eu faço um apelo para que ele reveja sua posição, porque nos obriga a manter depositado em juízo o recurso referente à indenização dos empregados da Sameac e, ao mesmo tempo, manter a folha de pagamento. Isso é um fato que pesou bastante e que certamente contribuiu muito para que essa crise acontecesse", disse o professor Henry.

Orçamento

Para Henry de Holanda, a garantia de repasse do Governo Federal aos hospitais universitários de Fortaleza depende da votação do orçamento, que ocorre nesta terça-feira no Congresso. Na segunda-feira (30), o governo editou decreto com corte de R$ 11,2 bilhões no Orçamento 2015, sendo R$ 10,7 bilhões do Executivo e R$ 500 milhões em emendas parlamentares. Os cortes não atingiram o Ministério da Saúde, nem os gastos mínimos com educação previstos na Constituição.

Falta de recursos básicos

Segundo o coordenador dos serviços de transplantes de fígado do Hospital Universitário HUWC, Huygens Garcia, os hospitais vivem uma situação muito difícil com os atrasos dos repasses. “Sem dúvida nenhuma esse é um momento muito difícil para nossa equipe de médicos. Para toda a comunidade do hospital. É muito difícil ver um hospital com mais de 50 anos de atuação em nossa sociedade ter que diminuir drasticamente os atendimentos em relação aos transplantes”, disse.

G1


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