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Geração própria de energia elétrica avança 88% este ano no Ceará

26 de setembro de 2018 às 08:53

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Mais de 1,4 mil unidades consumidoras, entre empresas e residências, já são abastecidas por geração própria de energia elétrica no Ceará. já produzem a sua própria energia elétrica no Ceará. O número, referente ao acumulado de janeiro até agora, é 88% maior que o total de 782 observado em dezembro de 2017, conforme levantamento feito pelo O POVO com base nos dados da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel). Com 29,7 mil quilowatts (kW) de potência instalada, o Estado é líder no Nordeste em geração distribuída e responde por 34,6% da capacidade na Região. No País, é o quinto maior.

Atualmente, são 1.220 projetos cearenses conectados à rede, bem mais do que os 682 contabilizados até dezembro do ano passado pela reguladora. Porém, ainda estão distantes dos mais de 7,6 mil empreendimentos do tipo que existem em Minas Gerais, estado que lidera o ranking no País, gerando mais de 119,7 mil kW de energia própria.

No Brasil, a quantidade de unidades consumidoras que passou a produzir sua própria energia aumentou de 21,2 mil, em dezembro de 2017, para 55,3 mil, neste mês. Alta de 161% no período.

Para o consultor de energia da Federação das Indústrias do Estado Ceará (Fiec) e presidente da Câmara Setorial de Energias Renováveis, Jurandir Picanço, o impacto que os gastos com energia têm no orçamento das famílias e empresas mostra que a produção própria é uma alternativa muito favorável ao consumidor.

Além disso, quanto maior o custo da energia fornecida pela concessionária, mais vantajosa a substituição. Neste ano, o reajuste da conta de luz no Ceará foi de 3,8% para consumidores residenciais e de 7,96% para comércio e indústria.

"O consumidor vai ter acesso a uma energia muito mais barata que a fornecida pela concessionária. A diferença inicial é de, pelo menos, 40%". Ele reforça que o Ceará tem a seu favor o alto índice de radiação solar que chega, em média, a 5,5 kWh/m² por dia. "É 90% superior a radiação solar da Alemanha, que é o país que mais investe em produção fotovoltaica", compara.

Apesar da expansão da geração distribuída, o potencial a ser alcançado com investimentos em energia renovável é muito maior, afirma o cientista industrial e presidente da Gram-Eollic, Fernando Ximenes. "Ainda significa pouco se comparado com o número de usuários de energia no Brasil. A geração distribuída, somada às grandes usinas de energias renováveis, representa em torno de 0,7% do potencial de energia instalado no Sistema Interligado Nacional (SIN)", diz.

Ele afirma que, enquanto alguns países europeus já falam em migração completa para fontes de energias renováveis até 2020, o Brasil ainda prioriza as térmicas na matriz elétrica. "Só neste ano, o Governo investiu em dois grandes projetos de termelétricas, em São Paulo, com contrato de 30 anos, mais do que os 48 projetos de energias renováveis do Nordeste inteiro. O que é um erro. O carro elétrico já está reduzindo o aquecimento global. É uma necessidade", destaca.

(O Povo - Repórter Irna Cavalcante)