Geração distribuída de energia sobe 68% no CE
02 de maio de 2017 às 07:51 - Atualizado em 02/05/2017 08:00
O segmento de geração distribuída é o que mais cresce no País, especialmente por conta da queda nos custos dos sistemas, linhas de financiamentos para sua aquisição e novos modelos de comercialização, como o consórcio de energia solar. A Enel Distribuição Ceará conta com 417 clientes de microgeração no Estado, entre consumidores de baixa e alta tensão – um crescimento de 68%, se comparado o ano de 2016 em relação a 2015. Segundo a concessionária, para clientes de baixa tensão, a potência média gerada é de 5,28 kW e, para clientes de alta tensão, a potência média gerada chega a 651,41 kW.
O Ceará vem acompanhando o crescimento observado no País. Segundo os últimos dados da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), em comparação a 2015, o segmento cresceu novamente acima dos 300% e, até janeiro deste ano, o Brasil já contabilizava 7.610 pontos de conexão instalados. Destes, quase 74 MW de potência instalada de sistemas, a grande maioria, ou exatos 7.528, utilizam a fonte solar. Quando analisado por tipo de cliente, os residenciais mantêm a liderança absoluta, com 5.997 conexões (80%), e os comerciais representando por 1.186 adesões (15%). Os números são expressivos e apontam a microgeração como aposta na expansão da energia renovável no Brasil.
Incentivos
Com as novas condições de financiamento do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (Bndes), no entanto, essa diferença entre sistemas residenciais e empresariais deve diminuir. Liberadas no final do ano passado, as novas diretrizes reduzem os juros e aumentam os prazos dos financiamentos, priorizando os projetos de geração por fontes de energias renováveis, e devem atrair e impulsionar as instalações em empresas. Espera-se, ainda, que haja a liberação do FGTS para pessoas físicas, o que impulsionaria ainda mais o crescimento desse mercado.
Outra alternativa interessante é o consórcio de energia solar, que funciona de maneira similar aos consórcios de imóveis e veículos. Nele, o consumidor adquire o seu sistema em conjunto com um grupo de outros consorciados, escolhendo entre as opções de tamanho de sistemas disponíveis e pagando suaves parcelas mensais sem juros. A contemplação pode acontecer por lance ou sorteio, culminando com a instalação do sistema, obtendo imediatamente a economia na fatura energética, usando-a para quitar o seu sistema. Assim, com a vida útil de um sistema fotovoltaico, hoje, ficando acima de 25 anos, e o prazo máximo para pagamento do consórcio em oito anos, o consumidor poderá obter, no mínimo, 17 anos de energia grátis.
Agência estabelece condições de acesso
A Resolução Normativa nº 482 de 17 de abril de 2012, da Aneel estabelece as condições gerais para o acesso de microgeração e minigeração distribuída, onde o cliente pode produzir, consumir e reintroduzir energia no sistema elétrico, de acordo com as suas necessidades, usando tecnologias de geração com fontes renováveis, como solar, eólica, entre outras. Sendo assim, a Enel Distribuição Ceará recebe os projetos dos clientes, faz a análise de cada projeto e realiza o atendimento dentro do prazo estabelecido pela Aneel.
Para produzir a própria energia, são necessárias cinco etapas para a instalação adequada do projeto. Segundo a Enel Ceará, na primeira etapa, o cliente deve formalizar a solicitação de acesso, com o encaminhamento de documentação, dados e informações pertinentes, bem como dos estudos realizados. Na segunda, a distribuidora emite um parecer com a definição das condições de acesso.
A terceira etapa consiste na assinatura dos documentos enviados na segunda etapa. Na quarta etapa, a distribuidora irá realizar vistoria e entregar para o cliente o relatório da mesma. Na quinta e última etapa, o cliente irá realizar adequação das condicionantes do relatório de vistoria e a distribuidora irá realizar a aprovação do ponto de conexão, liberando-o para sua efetiva conexão.