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Engenheiro disponibiliza livros para estimular leitura entre os servidores do Dnocs

09 de junho de 2016 às 08:27

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Os livros não deveriam fazer parte da rotina das pessoas apenas no período escolar e, sim acompanhá-las por toda a vida. Com a finalidade de incentivar os colegas de trabalho a lerem mais, o engenheiro agrônomo José Alfredo de Albuquerque, de 67 anos, criou a “Ilha de Leitura” dentro da autarquia federal onde atua.

Aproveitou uma sala que não era mais utilizada, para deixar livros e jornais a fim de estimular a leitura dos amigos. Grande parte dos servidores e colaboradores do Departamento Nacional de Obras Contra a Seca (Dnocs) permanecem nos seus locais de trabalho, após o almoço, e diante desse fato, nada melhor para preencher o tempo lendo. A ideia do engenheiro se espelhou nas caixas localizadas em pontos de Fortaleza para despertar a população para a leitura.

“Eu também sou professor nas horas de folga e, tanto eu quanto a minha esposa, vimos umas casinhas de pombo na Praça Luíza Távora, com livros compartilhados. Resolvi colocar essa ideia para dentro do Dnocs. Pensei: ‘Para que me serve um dicionário guardado no armário? Para que me serve um livro que já li? Melhor despertar o interesse pela leitura em outra pessoa”.

A Ilha da Leitura fica disposta em uma mesa de trabalho que, até então, não estava sendo utilizada, no 7º andar do prédio da Administração Central do Dnocs, localizado na Avenida Duque de Caxias, Centro de Fortaleza. Qualquer pessoa pode ler os livros que desejar, levar para casa e, inclusive, nem devolver. Não tem burocracia, porque estabelecer qualquer tipo de regra tiraria o seu significado. Até os visitantes são beneficiados.

“Quando as pessoas passam por lá, eu digo que podem pegar, não precisam pedir para ninguém. A princípio, elas passam, olham. Às vezes, eu chego e tento estimular, indicando livros que combinem com a pessoa. Não é fácil esse estímulo”, confessa.

Segundo José Alfredo, os primeiros livros foram trazidos da sua própria biblioteca, sendo sequenciado pelo também servidor, o engenheiro agrônomo, Airton Rebouças Sampaio. E as doações, que podem ser feitas de forma anônima, continuam. A iniciativa existe há cerca de dois meses e já conta com 50 livros. Os exemplares são diversos, desde livros técnicos, de Direito, Agricultura, a romances.

“Eu gosto muito de ler. É tanto que, mesmo com a minha idade, terminei Doutorado em Engenharia Agrícola no ano passado. Na minha sala, se o aluno mais velho tivesse 30 anos era muito”, brinca.

O hábito passou de geração para geração. Os três filhos do servidor também são apaixonados pela leitura. “A leitura faz parte do capital cultural que as pessoas acumulam ao longo das suas existências. Aos pais que detêm um capital cultural elevado, provavelmente, os filhos irão acompanhá-los. Todos os meus filhos adoram ler. Um deles lê, pelo menos, um livro por mês”, garante. “Isso faz a diferença entre os filhos de famílias que possuem um grande capital cultural e aqueles que não os possuem”, conclui.

Tribuna do Ceará