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CSP injetará R$ 540 milhões anuais na economia cearense

05 de abril de 2017 às 07:53 - Atualizado em 05/04/2017 07:54

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A Companhia Siderúrgica do Pecém (CSP) – segundo maior investimento privado do Brasil – deverá injetar, todos os anos, cerca de R$ 540 milhões na economia cearense. A informação foi confirmada, ontem, durante a solenidade em comemoração ao sucesso das operações da CSP. Os CEOs das sul-coreanas Posco e Dongkuk Steel, Ohjoon Kwon e Sae Wook Chang, respectivamente, sócias no empreendimento, também estiveram presentes ao evento, que foi comandada pelo presidente da CSP, Eduardo Parente, junto com o presidente da Vale, Murilo Ferreira e o governador Camilo Santana. A apresentação foi realizada na doca elevada da Zona de Processamento de Exportações (ZPE-Ceará), área alfandegada dentro do Complexo Industrial e Portuário do Pecém (CIPP).

Logo no início da apresentação, foi destacado que o projeto da siderúrgica representou um verdadeiro Plano de Estado, uma vez que foi iniciado ainda na década de 80, com o então governado Virgílio Távora. E esta ideia transcendeu diversos governos, como compromisso sendo mantido por todos os governadores cearenses que vieram na sequência. Por esse motivo, todos foram agraciados com placas comemorativas. Estiveram presentes Lúcio Alcântara e Cid Gomes, que junto com o atual governador, foram agraciados. Ohjoon Kwon disse ter sido gratificante participar da conclusão bem sucedida do projeto, que conquistou maturidade operacional em apenas três meses. “A usina tem os melhores equipamentos do mundo e a Posco trouxe para cá seus técnicos mais especializados e, junto com os cearenses, atingimos este resultado surpreendente”. Já seu compatriota, Sae Wook, destacou a importância de todos os colaboradores da CSP. “Por ser uma empresa grandiosa, é difícil conhecer a todos. Mas a equipe deve ter uma sinergia positiva, para obter sucesso”, afirmou.

Já o presidente da Vale, Murilo Ferreira lembrou a importância do cuidado com a vida dentro da siderúrgica, com uns cuidando dos outros, para que não haja acidentes de trabalho graves , ou fatalidades, dentro da empresa. “Respeito, uns pelos outros, também é primordial. O combate à corrupção é um dos compromissos da Vale e, portanto, também da CSP. E há de se ressaltar o apoio político que tivemos aqui no Ceará, em especial dos ex-governadores Lúcio Alcântara e Cid Gomes, e de Camilo Santana, que nunca deixaram de apoiar o projeto da siderúrgica em terras alencarinas”, completou Ferreira.

Desempenho


As placas de aço produzidas pela CSP já foram exportadas para diversos países como Alemanha, Coreia do Sul, Estados Unidos, Indonésia, Itália, Marrocos, México, Reino Unido, República Tcheca, Tailândia, Taiwan e Turquia, espalhados em quatro continentes (Ásia, Europa, Américas e África). Para este ano, a empresa estima exportar cerca de 2.899 milhões de toneladas de placas de aço, com previsão de faturamento de US$ 1,06 bilhão. “Estamos levando aço do Ceará para quatro continentes. Temos orgulho de contar com os melhores trabalhadores, o melhor minério, os melhores equipamentos de controle ambiental e o mais competitivo processo produtivo. Por todos os privilégios de localização, por estarmos em uma Zona de Processamento de Exportação e por termos parceiros fortes, que são o Governo do Estado do Ceará e a Cearáportos, temos o compromisso de promover o desenvolvimento sustentável, a criação de mão de obra altamente qualificada e a geração de emprego e renda na região”, afirmou o presidente da siderúrgica, Eduardo Parente.

A operação da CSP impacta positivamente a balança comercial do Estado. O valor das exportações cearenses em fevereiro deste ano foi de US$ 175,4 milhões, ante US$ 80,9 milhões registrado no mesmo mês de 2016 – um aumento de 116,76%, conforme o Instituto de Pesquisa e Estratégia Econômica do Ceará (Ipece). O grupo produtos metalúrgicos é, atualmente, o mais importante da pauta de exportação do Estado com 61,1% do volume total. Foram US$ 197,152 milhões exportados nesta categoria no ano passado, uma performance 926% maior do que em 2015, que registrou US$ 19,214 milhões. No quesito geração de empregos, a CSP também possui um desempenho invejável, uma vez que são 5 mil postos de trabalho diretos, e outros 12 mil indiretos, movimentando a economia cearense como um todo.

Expansão da companhia deve ocorrer no longo prazo


Depois da solenidade comemorativa e de uma visita às instalações da siderúrgica, o presidente da CSP, Eduardo Parente, e o governador Camilo Santana conversaram com os repórteres presentes. O executivo da siderúrgica disse que se for considerado o fator educação e os baixos índices de criminalidade na região, há uma excelente oportunidade de crescimento. Mas ressaltou que a CSP passará por um maior amadurecimento operacional, antes de pensar em erguer a segunda fase da companhia, que dobraria sua produção. “Não existe a possibilidade de expandirmos a unidade. Existe, sim, um planejamento, pois em todos os locais da CSP há espaço para crescer, ou seja, a duplicação, aqui, seria mais barata do que foi chegar até o que somos. Mas estamos num momento da indústria siderúrgica que a gente precisa achar a nossa receita, o nosso ritmo de produção, os nossos clientes. Já temos isso tudo, mas precisamos organizar melhor tudo isso, para que possamos, num futuro breve, começarmos a ganhar dinheiro. Temos, hoje, uma situação que sabíamos que ia acontecer, mas pensarmos em expansão tiraria o nosso foco na primeira parte da indústria

Já o chefe do Executivo cearense destacou que a CSP é a grande empresa-âncora do CIPP, que vai incrementar em 12% o PIB (Produto Interno Bruto) estadual e em 48% o PIB industrial cearense. “É uma obra que vai mudar o perfil industrial do Ceará, trazendo desenvolvimento e esperança para o nosso povo. Também quero destacar a concessão do Aeroporto Internacional Pinto Martins ao grupo alemão Fraport, que trará muitos investimentos para cá e deve impulsionar a vinda do Hub da Latam”, explicou.

Ele lembrou, ainda, da parceria firmada entre os portos do Pecém e de Roterdã (Holanda) para aumentar, ainda mais, a movimentação de cargas no terminal portuário cearense. “Esta parceria vem sendo firmada há um ano e meio. As condições do nosso porto e sua posição geográfica privilegiada também gerou atração de interesse para o Pecém. E deveremos mudar a tancagem de combustíveis do Mucuripe para o Pecém, em breve, pois o Ceará perde R$ 70 milhões em arrecadação anual de INSS”, finalizou Camilo Santana.