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Companhia Siderúrgica do Pecém vai investir R$ 520 mi em compras locais

23 de fevereiro de 2017 às 08:51

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A Companhia Siderúrgica do Pecém (CSP) projeta para este ano a aquisição de R$ 520 milhões em compras com fornecedores locais. O valor é mais que o dobro do que o investido ao longo de 2016, R$ 254 milhões. Os números foram apresentados ontem pelo presidente da siderúrgica, Eduardo Parente, que estimou que até o final deste semestre devem ser exportados 1,563 mil toneladas de placas de aço, por meio de 39 navios atracados no Pecém.

“Este ano vamos gastar R$ 520 milhões na operação, comprando serviço, comprando matéria-prima, contratando gente aqui no Ceará”, afirmou Eduardo Parente, ressaltando que durante a fase de construção foram gastos R$ 5,3 bilhões em mais de 700 fornecedores cearenses.

A siderúrgica movimenta hoje mais de 8 milhões de toneladas de matérias-primas por ano, com grande participação do Ceará na venda de fundentes, cuja demanda interna é de mais de 1 milhão t/ano. Do mercado nacional serão adquiridos 4,8 milhões de t/ano de minério de ferro e pelotas. Outros 2,4 milhões de t/ano de carvão, aproximadamente, serão importados.

Com atuais 2.604 funcionários diretos, Parente estima que desde o início a empresa gerou mais de 17,4 mil empregos diretos, terceirizados e indiretos. O que estima ter movimentado mais de R$ 14,8 bilhões no mercado local. Só no Produto Interno Bruto de São Gonçalo do Amarante, onde está montado o complexo, o aumento foi de 94% entre 2013 e 2016.

No último dia 10, a empresa atingiu a marca de 1 milhão de toneladas de placas de aço exportadas. O carregamento que tinha 55.675 toneladas teve como destino final a empresa Sahaviriya Steel Industries, na Tailândia. Mas, até o dia 19 deste mês mais de 1,3 milhão de placas de aço já tinham sido produzidas.

Hoje a produção da CSP responde por 50% da movimentação no Porto do Pecém. Este volume é exportado para 13 países, sendo Itália, Tailândia e Estados Unidos os principais.

“A gente teve um começo muito feliz, com uma obra construída de forma muito sólida que propiciou a gente terminar com um pequeno atraso e nenhum gasto a mais. O que facilita muito a nossa vida neste momento de mercado muito complicado”.

Conjutura

Ele lembra que a desaceleração da economia chinesa - e por consequência da indústria mundial - tem forçado o setor do aço como um todo a fazer algumas mudanças para garantir competitividade. “A utilização da indústria está numa margem abaixo de 85% e a gente não tem nenhuma previsão deste número passar disso nos próximos cinco anos, então o que a gente tem que trabalhar é na eficiência”. 

Dentre os ajustes feitos, estão alterações na composição da matéria-prima nas placas produzidas. O que fez com que, mesmo com a elevação do preço dos principais insumos que são o carvão e o minério, e do aumento da produção, o custo da siderúrgica no mês de janeiro fosse 12% menor do que o de dezembro.

Parente reforça ainda que o investimento de R$ 12,8 bilhões só da CSP no projeto, grande parte em tecnologia, também contribuiu para redução do custo da operação. Hoje, por exemplo, a siderúrgica não só produz toda a energia que precisa, como vende o excedente. Em 2016, isso significou um incremento de receita na ordem de R$ 10 milhões. A escória, que são os “restos” da produção, também são reaproveitados como insumos ou comercializados para outros setores, como o da indústria cimenteira.

Enquanto a maior parte das siderúrgicas brasileiras consome em média 6,9 m3/t.a.b de água, a CSP foi projetada para funcionar com 3,15 m3/t.a.b. Sendo que hoje o consumo não chega a 0,3 m3/s. O percentual de reúso de água chega a 98%. “Nosso consumo de água é só aquilo que a gente perde por evaporação”.

O Povo