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Adiamento da retomada das aulas presenciais no Ceará requer fortalecimento do ensino remoto, avaliam instituições

16 de julho de 2020 às 10:25 - Atualizado em 16/07/2020 10:25

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A decisão do governador Camilo Santana em adiar o retorno das aulas presenciais no Ceará, antes previsto para o dia 20 de julho, foi vista como certa por instituições ligadas à educação e também representativas dos municípios. O gestor, no entanto, não estimou prazo para a volta e afirmou que segue avaliando e discutindo como esse processo ocorrerá.

Apesar da concordância, as entidades apontam a necessidade de fortalecer as práticas de ensino remoto e intensificar o contato das escolas com as famílias, de modo a evitar a evasão escolar e prejuízos aos estudantes.

Para a vice-presidente do Conselho Estadual de Educação, Lúcia Veras, “a decisão é sensata e está orientada por especialistas e autoridades sanitárias. E visa evitar que aconteça no Ceará o que ocorreu em outros países, como França e Itália, que tiveram que retroceder”. Conforme ela, a atividade educacional é uma das ações que mais geram aglomerações.

A vice-presidente afirma ainda que o Conselho Estadual de Educação deve publicar, em breve, uma normativa que orienta a continuidade do ensino remoto até dia 31 de dezembro de 2020. “Não significa necessariamente que vamos ter aula remota até essa data, mas com o intuito de preservar a vida ele pode continuar a depender da situação de pandemia”, diz.

De acordo com ela, portanto, o foco para garantir a qualidade do ensino deve ser as aulas virtuais. “É importante manter esse vínculo da família com a escola, da criança com a escola. E focar principalmente na preservação da vida. Tudo se recupera. Aprendizagem se recupera. É importante que a gente não tenha muita evasão porque é uma coisa nova. Nós não tínhamos cultura desse ensino remoto”, explica.

O Ceará ultrapassou a marca de 7 mil mortes por Covid-19, com 7.081 óbitos. O estado ainda contabiliza 141.832 casos confirmados da doença, conforme dados da plataforma IntegraSUS atualizados às 17h20 desta quarta-feira (15). O número de pessoas recuperadas da enfermidade é de 115.426.

Interior

O presidente do Sindicato dos Professores e Servidores da Educação e Cultura do Estado e Municípios do Ceará (Apeoc), Reginaldo Pinheiro, também analisa como correta a decisão do governador. “Entendemos que o retorno às aulas neste momento é precipitado. Embora em alguns municípios a situação esteja estabilizada, em outras regiões os números de casos são crescentes”, pontua.

Reginaldo explica que há uma série de questões que não envolvem só a adequação dos ambientes escolares, mas o transporte de alunos, as medidas de distanciamento, e a segurança sanitária. Para garantir tais medidas, segundo ele, é necessário recurso público .

Na avaliação do presidente da Associação dos Municípios do Estado do Ceará (Aprece), Nilson Diniz, em determinadas regiões do Estado, como o Cariri, “não existe a mínima possibilidade de retorno no momento”. Ele acrescenta que nos municípios da região, a análise dos representantes políticos que não há chance de retorno nem em agosto.

Nilson também reconhece que o ensino remoto enfrenta diversas dificuldades e segue dinâmicas distintas em cada município. De acordo com ele, não há consenso sobre esse retorno presencial e no interior, as autoridades se questionam sobre a margem de segurança para essa volta.

Fortaleza

De acordo com a Secretaria Municipal da Educação (SME) de Fortaleza, o decreto do prefeito Roberto Cláudio de suspensão das atividades escolares presenciais na cidade tem validade até o dia 31 de julho. Em nota, a Pasta ainda informou que, no próximo mês de agosto, ocorrerá o período de férias para alunos e professores. “Destaca-se, ainda, que o retorno das atividades presenciais será definido conforme orientações do Governo do Estado, Prefeitura de Fortaleza e autoridades sanitárias”.

A diretora técnica da Organização Educacional Farias Brito, Fernanda Denardin, afirma que a instituição respeita a decisão do governo, uma vez que há um grupo de profissionais especializados que estão gerenciando esses protocolos. Contudo, ela avalia que há diferenças entre as demandas dos ensinos público e privado e, por isso, um deva se sobrepor ao outro.

"O ideal, no nosso ponto de vista, seria que ele (o governador) pudesse determinar uma data e dar autonomia para que as instituições de ensino tomassem a decisão quando é melhor para começar. Porque existe uma certa demanda das famílias, principalmente das famílias de educação infantil para que esse retorno das aulas aconteça o quanto antes”, pontua Denardin.

Com informações do G1