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Temer tenta reagir à delação com pacote de "bondades"

O anúncio foi feito após reunião de emergência com aliados. O encontro, que não estava previsto na agenda, foi marcado depois da divulgação do conteúdo da delação do ex-diretor da Odebrecht

12 de dezembro de 2016 às 08:38

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Depois da divulgação do conteúdo da delação do ex-diretor de Relações Institucionais da Odebrecht, Cláudio Melo Filho, que pode devastar a estrutura do governo federal, o presidente Michel Temer (PMDB) realizou ontem uma reunião de emergência com aliados para armar contra-ataque ao bombardeio das declarações do executivo da empreiteira.

Buscando também responder ao cenário negativo apontado por pesquisa Datafolha divulgada ontem, que traz péssimos números sobre a gestão peemedebista, o governo pretende, nos próximos dias, lançar um pacote econômico de resgate da economia.

O líder do PSD, deputado Rogério Rosso (PSD-DF), que esteve reunido com o presidente na tarde de ontem no Palácio do Jaburu, afirmou que o governo federal deve lançar ainda nesta semana um pacote de oito medidas para geração de emprego e estímulo à economia.

O anúncio de que o governo prepara uma agenda positiva é feito dois dias depois do vazamento da delação premiada do ex-diretor de relações institucionais da Odebrecht Cláudio Melo Filho. Nos depoimentos, o executivo afirmou que Temer solicitou dinheiro em jantar com Marcelo Odebrecht e que parte dos recursos foi entregue ao amigo e hoje assessor especial da Presidência José Yunes.

Também foram citados outros integrantes do governo, como o ministro da Casa Civil, Eliseu Padilha, além de cerca de 30 parlamentares.

Rosso assegurou que as medidas de estímulo já vinham sendo estudas há cerca de um mês e os últimos detalhes devem ser acertados em um encontro com o ministro da Fazenda, Henrique Meirelles.

A operação para tentar reduzir os estragos do teor da delação, que foi revelado nos últimos dias, ganhou força sobretudo diante dos sinais de descontentamento dados pela própria base aliada do governo. O receio é de que o clima desfavorável possa prejudicar, até, a tramitação da PEC da reforma da Previdência.

“Renúncia”

Em meio à crise e o desgaste político, pesquisa Datafolha aponta um crescimento na desaprovação da gestão Temer, que já não apresentava sinais positivos em julho.

A maioria dos entrevistados na pesquisa, 63%, é favorável à renúncia do presidente Temer ainda neste ano para que seja realizada uma nova eleição direta. Ainda de acordo com a pesquisa, 51% consideram a gestão do presidente ruim ou péssima. Em julho o índice era de 31%. Para 40% da população, a gestão de Temer é pior que a de Dilma Rousseff (PT). Para 34%, é igual, e para 21% é melhor. (Wagner Mendes, com agências)