Temer, o presidente mais rejeitado da História
29 de setembro de 2017 às 09:25 - Atualizado em 29/09/2017 09:30
O governo Michel Temer atingiu os seus piores índices de avaliação, aprovação e confiança entre brasileiros, aponta pesquisa Ibope encomendada pela CNI (Confederação Nacional da Indústria) e divulgada ontem (28).
No levantamento, realizado neste mês, o percentual de entrevistados que avaliam a gestão como ruim ou péssima cresceu de 70% para 77% em relação à pesquisa anterior, feita em julho. O índice dos que consideram o governo como bom ou ótimo oscilou de 5% para 3%, dentro da margem de erro. Outros 16% classificam o governo como regular e 3% não souberam ou não quiseram responder.
Este é o quarto trimestre consecutivo de piora na popularidade do presidente. Foram entrevistadas 2.000 pessoas, em 126 municípios, entre os dias 15 e 20 de setembro. Quando questionados sobre a maneira de governar do peemedebista, 89% afirmaram desaprovar a gestão (em julho, eram 83%). A aprovação é de 7%, uma queda ante os 11% de julho. Ainda de acordo com a pesquisa, 92% afirmaram não confiar no presidente (ante 87% de julho). O índice de confiança caiu de 10% para 6%.
Dilma
Para 59% dos entrevistados, o governo Temer está sendo pior do que o da ex-presidente Dilma Rousseff (PT), que deixou definitivamente o cargo em agosto de 2016 após um processo de impeachment. Para 31%, a percepção dos governos está igual, e 8% responderam que o governo do peemedebista é melhor do que o da antecessora. Em relação às perspectivas sobre o futuro da gestão, 72% afirmam que o governo continuará ruim ou péssimo.
Também foi solicitado que os entrevistados apontassem espontaneamente duas notícias veiculadas sobre o presidente nas últimas semanas. O assunto “corrupção no governo”, sem especificações, foi citado por 23%. A Operação Lava Jato foi lembrada por 11%, enquanto 7% das pessoas mencionaram os 51 milhões de reais atribuídos ao ex-ministro Geddel Vieira Lima (PMDB). No total, 44% mencionam temas ligados à corrupção.
Temer já foi notificado sobre a denúncia que o ex-procurador-geral da República Rodrigo Janot apresentou contra ele e outras lideranças do PMDB, incluindo os ministros Eliseu Padilha (Casa Civil) e Moreira Franco (Secretaria-Geral da Presidência). O presidente terá de responder por formação de organização criminosa e obstrução à Justiça. Em agosto, o plenário da Câmara dos Deputados negou a autorização para o Supremo Tribunal Federal (STF) investigar Temer por corrupção passiva.