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Sérgio Machado vira 'Judas' em festa de políticos

20 de junho de 2016 às 16:29

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Ao sabor da safra 2013 do vinho português Confidencial, o deputado federal Heráclito Fortes (PSB-PI) investiu pelo segundo ano em uma celebração junina para colegas do Congresso, poucos no sábado, 18, na Esplanada dos Ministérios, e recebeu, “sem ser muito amigo”, o ex-presidente e senador Fernando Collor de Mello (PTC-AL).

Tentando se mostrar bem-humorado com a citação de seu nome na delação do ex-presidente da Transpetro Sérgio Machado, o anfitrião brincou diversas vezes que o banquete e a bebida eram um oferecimento do delator, apontado por alguns como “irresponsável”, “louco” e “operador do PT”.

“Não sei aonde esse cara quer chegar?”, questionavam-se alguns convidados. “A festa está sendo paga pelo que sobrou da grana de Machado”, brincou Heráclito. Sempre com charuto, Collor chegou cedo e foi um dos últimos a deixar a festa. O senador ficou no centro de uma das rodas. Na sua despedida de Heráclito, fez questão de dizer na frente de repórteres que prestava “absolutamente, integralmente e imensamente” sua solidariedade contra o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, seu desafeto público.

Recentemente, Collor teve o sexto inquérito aberto no âmbito da Operação Lava Jato. Ele chegou a xingar o procurador e disse que tinha tanta certeza de que ele era um “fdp” que não tinha receio de falar novamente isso na tribuna do Senado. O nome que esteve em todas as rodas de conversa do começo ao fim da festa era o de Machado. Muitos admitiram que a delação do ex-presidente da Transpetro está prejudicando o início do governo Michel Temer. “Ele não pode colocar tudo no mesmo saco, ali tem culpados e inocentes. Os jornais colocam a foto dos políticos como se fossem todos criminosos”, disse um deputado.

O anfitrião afirmou que nesta semana vai tomar providências judiciais para questionar Machado. “Vou ao Ministério Público”, disse. Heráclito lamentou ainda o fato de não ter sido apreciado um projeto de lei de sua autoria, segundo o qual quem fizer delação não pode alterar ou acrescentar informações após o primeiro depoimento. “Quando eu fiz o projeto era justamente para punir o mentiroso”, disse.

Conteúdo Estadão