PT fecha acordo com PMDB e acirra disputa pela presidência da Câmara
A candidatura de Marcelo Castro (PMDB) pulveriza a disputa pela presidência da Câmara dos Deputados e praticamente confirma a realização de um segundo turno na eleição marcada para a tarde de hoje, em Brasília
13 de julho de 2016 às 08:53
Cadeira da presidência da Câmara dos Deputados
O presidente em exercício Michel Temer foi surpreendido na tarde de ontem pelo próprio partido, o PMDB, que lançou a candidatura do deputado Marcelo Castro (PMDB-PI), ex-ministro de Dilma Rousseff (PT), embolando ainda mais a disputa pela presidência da Câmara, na tarde de hoje. Até ontem, eram pouco mais de dez nomes concorrendo.
A prioridade do Planalto era costurar acordo em torno do nome do deputado Rogério Rosso (PSD-DF), do “centrão” - bloco próximo ao ex-presidente Eduardo Cunha (PMDB). Embora peemedebista, Castro votou contra o impeachment.
Em coletiva, Castro, que recebeu apoio do PT, tem afirmado que seu distanciamento de Temer não deve gerar barreiras para sua postulação ao comando da Casa. “A vaga é do PMDB. O ex-presidente Eduardo Cunha, que renunciou, era do PMDB”, disse.
O ex-ministro da Saúde tem afirmado que não vai criar problemas para Temer caso vença a eleição de hoje. O deputado era o único peemedebista entre os candidatos da sigla que o PT apoiaria para a presidência.
A falta de proximidade entre Castro e Temer, porém, é uma das justificativas de apoio do PT à candidatura de um nome do PMDB, legenda que liderou o processo de afastamento de Dilma. O deputado José Guimarães (PT) afirmou que o “diálogo” dentro da legenda originou a deliberação da bancada.
“O PT vai com Marcelo Castro porque ele votou contra o impeachment, porque ele é anti-Cunha e ele é anti-centrão. É um candidato que vai restaurar a dignidade da Casa”, justificou.
Questionado se Lula teve papel na articulação, o parlamentar respondeu que “não foi Lula quem indicou. Foi uma construção coletiva” com o ex-presidente.
Reta final
O deputado federal Chico Lopes (PCdoB) disse que seu partido vai deliberar hoje de manhã . No entanto, assim como o PDT, a legenda admite a possibilidade de apoiar o PMDB na disputa. “Vamos analisar ainda, mas a grande prioridade é derrotar o centrão, que é dirigido pelo Eduardo Cunha”, disse.
O PSDB adiou por mais um dia a decisão. O deputado Raimundo Gomes de Matos (PSDB) disse que o apoio do PT ao deputado Marcelo Castro gera um “impasse” dentro da legenda.
O nome do deputado Rodrigo Maia (DEM-RJ) ainda segue forte para a escolha tucana, que tem 56 votos na disputa que deve ter início a partir das 16 horas de hoje.
NÚMEROS
- 257
É a quantidade necessária de votos para a vitória no primeiro turno
- 10
minutos é o tempo em que os candidatos discursarão antes da eleição
O Povo