PSDB começa a analisar expulsão de Aécio Neves
20 de agosto de 2019 às 09:39
A cúpula paulista do PSDB, liderada pelo governador de São Paulo, João Dória, vai levar, até esta quarta-feira, o pedido de expulsão do deputado federal Aécio Neves (MG) ao Comitê de Ética dos tucanos. Na última sexta-feira terminou o prazo “informal” para que o mineiro se licenciasse do partido, mas Aécio não se manifestou. Ele está envolvido em denúncias de corrupção.
Desde o início do ano, as lideranças paulistas do PSDB tentam convencer, em vão, Aécio a se afastar do partido, ainda que temporariamente. O prefeito de São Paulo, Bruno Covas (PSDB), chegou a ameaçar deixar a legenda, caso Aécio siga filiado. No mês passado, o diretório municipal do PSDB em São Paulo foi mais agressivo ao elaborar uma moção pedindo a expulsão do mineiro, apoiada pelo PSDB do Espírito Santo.
O presidente nacional da legenda, Bruno Araújo, evitou tomar partido e se limitou a dizer, pelo Twitter, que “eventuais representações contra quaisquer filiados do PSDB seguirão a tramitação prevista no Código de Ética”. Lançado em maio deste ano, o novo Código de Ética do PSDB prevê a expulsão de políticos condenados criminalmente ou autores de infidelidade partidária — o documento não cita casos de investigados, como ocorre com Aécio.
Investigação
Aécio Neves responde a nove inquéritos no Supremo Tribunal Federal (STF). Em uma das investigações, o tucano é acusado de pedir R$ 2 milhões a Joesley Batista, um dos donos da JBS, para pagar advogados no âmbito da Operação Lava Jato. Joesley chegou a ser preso por corrupção.
É nesse caso que Aécio afirmou, em áudio vazado pela imprensa, que “tem que ser um que a gente mata ele antes de fazer delação”, em referência a um primo que seria designado a receber o dinheiro solicitado a Joesley.
Outro lado
A assessoria de imprensa de Aécio Neves não quis comentar o caso e informou desconhecer eventuais prazos dados pela direção do partido para a desfiliação do tucano.