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Protestos em Brasília repercutem no Ceará

26 de maio de 2017 às 09:11 - Atualizado em 26/05/2017 09:12

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A violência registrada nos protestos em Brasília, na última quarta-feira, foi repudiada por deputados estaduais e vereadores de Fortaleza. De um lado, lideranças que criticaram o que avaliam como “repressão” das forças de segurança. Do outro, parlamentares que apontaram as responsabilidades de sindicalistas e manifestantes na ocorrência de atos de agressão.

O deputado Fernando Hugo (PP) afirmou que a violência observada nos protestos convocados pelas centrais sindicais em Brasília na quarta-feira “foi feita de forma extremamente absurda”, lembrando que a mídia mostrou o que ele considerou “a maior sandice comportamental já existente no Brasil.” Segundo o parlamentar, as imagens exibidas são incontestáveis. E acrescentou: “até a Catedral de Brasília, que é patrimônio arquitetônico da humanidade, foi pichada, depredada e agredida”.

A postura do presidente Michel Temer, entretanto, não passou despercebido pelo parlamentar. Fernando Hugo classificou a convocação das forças armadas de “ato quase desesperado” frente aos reclames do presidente da Câmara (Rodrigo Maia) e do próprio (ministro da Defesa) Raul Jungmann.

Para o deputado Ely Aguiar (PSDC), “a manifestação nas ruas é constitucional, mas a bandidagem, anarquia não pode acontecer porque pede apoio popular.” O deputado Audic Mota (PMDB) cobrou uma ação enérgica, forte e exemplar por parte do Governo Federal. E o deputado Lucílvio Girão ressaltou que “é a favor da democracia ordeira, sem vandalismo”.

Abordagem

Em outra vertente, a deputada Rachel Marques (PT) lamentou a forma como os manifestantes que participavam do movimento “Ocupa Brasília” foram abordados pelas forças de segurança.

“Pudemos acompanhar, pelas redes sociais, a quantidade de feridos pela forma truculenta como a tropa policial agiu. Foi uma medida totalmente autoritária contra pessoas que estavam exercendo um direito”, criticou a parlamentar, voltando a defender a convocação de eleições diretas para a escolha de um novo presidente.


Já o deputado Carlos Felipe (PCdoB) avaliou o decreto que solicitou o uso das forças armadas como uma medida exagerada. “Não concordo com depredação de patrimônio público, assim como não concordo com ações truculentas por parte das forças armadas”, declarou ele. Moisés Braz (PT), embora favorável às manifestações, lamentou os atos de vandalismo.

Câmara

O assunto também ocupou a tribuna da Câmara Municipal de Fortaleza. O vereador Dr. Porto (PRTB) fez uma reflexão sobre o cenário político nacional. “Precisamos analisar o quadro geral, pois, mesmo condenando a corrupção, muitos eleitores tentam corromper o político em benefício próprio. Muitos nem lembram em que votou e a fala comum é que todos são iguais. Vamos começar a ter responsabilidade e decidir o destino do nosso país. Essa é nossa oportunidade de mudança”, frisou ele.

A vereadora Eliana Gomes (PCdoB), por sua vez, lamentou os episódios ocorridos em Brasília e condenou a atitude do Governo Federal, que convocou o exército brasileiro para conter as manifestações. A parlamentar destacou que a população tem o direito de escolha e de lutar por “Diretas Já”.

A vereadora Larissa Gaspar (PPL) e o vereador Iraguassu Filho (PDT) também repudiaram a ação de Michel Temer, que convocou as Forças Armadas. “Ao acionar militares sem comunicar previamente ao governo local, o Planalto desrespeitou a Lei Complementar nº 97/99. O fato só retrata a grave crise política do país, e não é a violência e nem a restrição de liberdade que a resolverão. A solução virá do estrito respeito à Constituição e às leis em vigor. Sabe-se que os excessos e depredações não foram das forças sindicais, e sim, de criminosos infiltrados no movimento”, salientou Iraguassu.