PMDB pode expulsar deputados que votaram em Zezinho
05 de dezembro de 2016 às 08:50 - Atualizado em 05/12/2016 07:50
O Conselho de Ética do PMDB (Partido do Movimento Democrático Brasileiro) deve abrir processo disciplinar contra os deputados estaduais Audic Mota e Agenor Neto nesta semana. Os dois parlamentares contrariaram a orientação da legenda durante a votação da mesa diretora da Assembleia Legislativa, que resultou na reeleição do deputado estadual Zezinho Albuquerque – aliado de longa data dos irmãos Ferreira Gomes.
O deputado Leonardo Araújo, que na semana passada assumiu a vaga deixada pelo ex-parlamentar e prefeito eleito de Pacatuba Carlomano Marques, afirmou que a bancada do PMDB “fechou questão” e tornou obrigatório que todos os deputados votassem no deputado Sérgio Aguiar (PDT). Os que discordassem dessa posição correriam o risco de expulsão.
A decisão, segundo informou Araújo ao jornal O Estado, sobre o voto da bancada do PMDB em Sérgio Aguiar foi por ampla maioria dos participantes da reunião da Executiva em sua residência. Estavam presentes todos membros da bancada, inclusive foi encaminhado cópia da ata da reunião para os gabinetes. “O partido está tomando providências para processo de infidelidade contra os deputados Audic Mota e Agenor Neto”, disse ele, acrescentando que o processo ficará a cargo do Conselho de Ética.
O caso de Audic criou um problema político, interno, maior. É que o deputado não só mudou de apoio como foi incluído na chapa no cargo de primeiro secretário, um dos mais importantes. Interlocutores do PMDB afirmam que a atitude causou surpresa na executiva da sigla, até mesmo entre lideranças partidárias.
Jornal O Estado tentou contato com os deputados Audic e Agenor Neto para falar do assunto, mas não houve retorno até o fechamento desta edição. Audic, depois da votação da Mesa Diretora, justificou a mudanças à imprensa fazendo referência a disputa política na região do Inhamuns. O parlamentar é opositor do conselheiro do Tribunal de Contas dos Municípios Domingos Filho, no município de Tauá, que apoiava Sérgio Aguiar. Nas eleições deste ano, seu então candidato a prefeito Carlos Windson venceu a disputa com a atual prefeita Patrícia Aguiar, esposa de Domingos Filho. “Não podia apoiar uma chapa ligada ao meu adversário político”, frisou Audic à imprensa após a votação da Mesa Diretora para o biênio 2017/2018.
Na semana passada, os deputados mantiveram o deputado Zezinho Albuquerque (PDT) à frente da Assembleia Legislativa. Apenas, Renato Roseno se absteve da votação. Zezinho disputou o cargo com o correligionário Sérgio Aguiar. Fazia 30 anos que não havia disputa pela presidência da Assembleia. A última vez ocorreu em 1984 e teve o avô de Sérgio Aguiar como um dos concorrentes.
PSD
O grupo formado pelo PSD e PMB também deverá enfrentar perdas. Os partidos, que apoiavam Sérgio Aguiar para presidência da Casa, acabaram sofrendo um racha. Isso porque o deputado Osmar Baquit (PSD) também mudou de postura na véspera da votação. Os membros do grupo deveriam votar em Sérgio Aguiar para presidência da Assembleia. Entretanto, Baquit optou por Zezinho Albuquerque. Inclusive, retornou para a secretaria da Agricultura, Pesca e Aquicultura do Estado, de onde saiu no início deste ano. Nos bastidores, circula a informação de que ele deixou o PSD. Mas aliados não confirmam a saída.
O Estado CE