Janot quer inclusão de Lula, Cunha e mais 28 na investigação de crimes na Petrobras
04 de maio de 2016 às 08:07
O procurador-geral da República, Rodrigo Janot, pediu ao Supremo Tribunal Federal (STF) a inclusão do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, de três ministros do governo, do presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha, e de parlamentares do PMDB, entre outros acusados, no principal inquérito da Operação Lava Jato, que já investiga 39 pessoas - entre políticos com e sem foto privilegiado - acusadas de envolvimento em irregularidades na Petrobras.
Janot encaminhou o pedido ao ministro do STF, Teori Zavaski, relator dos processos da Lava Jato no Supremo. O documento pede a inclusão, além dos já citados, dos ministros Jaques Wagner, Ricardo Berzoini e Edinho Silva; dos senadores Senadores Jader Barbalho (PMDB) e Delcídio do Amaral; dos deputados federais Eduardo da Fonte (PP), Aguinaldo Ribeiro (PP) e André Moura (PSC); Arnaldo Faria de Sá (PTB), Altineu Cortes (PMDB), Manoel Junior (PMDB) e Henrique Eduardo Alves (PMDB); do assessor especial da presidência da República Giles Azevedo; e dos ex-ministros da Casa Civil Erenice Guerra e Antônio Palocci.
Janot quer incluir, ao todo, mais trinta nomes à lista de investigados por crimes de lavagem de dinheiro, corrupção e formação de quadrilha. Também estão inclusos: o pecuarista José Carlos Bumlai, o presidente do Instituto Lula, Paulo Okamotto e o banqueiro André Esteves, do BTG Pactual; Sérgio Gabrielli, ex-presidente da Petrobras, Sérgio Machado, ex-presidente da Transpetro, subsidiária da estatal, e Silas Rondeau, ex-ministro de Minas e Energia.
Delação premiada
O procurador afirma que a inclusão de novos nomes e dá pelo aprofundamento das investigações e as acusações são baseadas, principalmente, nas afirmações feitas pelo senador Delcídio Amaral na delação premiada.
PMDB
Janot ainda explica que no PMDB, um dos partidos com maior envolvimento nos casos de corrupção investigados pela Lava Jato, há divisão entre a ala da sigla na Câmara dos Deputados e no Senado. Segundo o procurador, os dois centros atuam de forma autônoma.
“Esse aprofundamento das investigações mostrou que a organização criminosa tem dois eixos centrais. O primeiro ligado a membros do PT e o segundo ao PMDB. No caso deste, as provas colhidas indicam para uma subdivisão interna de poder entre o PMDB da Câmara dos Deputados e o PMDB do Senado Federal. Estes dois grupos, embora vinculados ao mesmo partido, ao que parece, atuam de forma autônoma, tanto em relação às indicações políticas para compor cargos relevantes no governo quanto na destinação de propina arrecadada a partir dos negócios escusos firmados no âmbito daquelas indicações”, argumentou Janot.
O PMDB tem a presidência das duas Casas: na Câmara, com Eduardo Cunha, e, no Senado, com Renan Calheiros.
CN7