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Governo e oposição criticam pedido de prisão de Lula

Ex-presidente é acusado de lavagem de dinheiro e falsidade ideológica, o que pode render de 3 a 10 anos de prisão e de 1 a 3 anos, respectivamente. Defesa diz que pedido será rejeitado devido à fragilidade dos argumentos

11 de março de 2016 às 09:54

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Os promotores Cassio Conserino, José Carlos Blat e Fernando Henrique Araújo pediram a prisão preventiva do ex-presidente Lula junto com a denúncia que apresentaram nesta quarta, 9, sobre o triplex em Guarujá, que teria sido preparado para a família do petista. Os promotores alegam que a prisão de Lula é necessária para garantir “a ordem pública, a instrução do processo e a aplicação da lei penal”. Eles apontam que, em liberdade, Lula pode destruir provas e agir para evitar determinações da Justiça. O pedido corre sob segredo de Justiça em São Paulo. Nomes tanto da oposição como do governo criticaram a medida.

O ex-presidente é acusado de lavagem de dinheiro e falsidade ideológica, crimes que podem render de 3 a 10 anos de prisão e de 1 a 3 anos, respectivamente. Sua mulher, Marisa Letícia, e um dos filhos do casal, Fábio Luís Lula da Silva, também são acusados de lavagem de dinheiro.

O pedido se estende ainda ao ex-presidente da OAS Léo Pinheiro e ao ex-tesoureiro do PT João Vaccari Neto. Também houve pedido de prisão de dois executivos da OAS (Fábio Hori Yonamine, diretor financeiro da empresa, e Roberto Moreira Ferreira, diretor da empreiteira que comprou a cozinha de luxo do apartamento na Kitchens).

Os promotores solicitam também a prisão de uma ex-diretora da Bancoop (Ana Maria Érnica) e de um ex-presidente da entidade (Vagner de Castro). A Bancoop é a cooperativa habitacional do Sindicato dos Bancários que funcionou até 2009 e, após sua quebra, transferiu as obras inacabadas para a OAS, entre as quais o edifício Solaris, em Guarujá. O caso será analisado pela juíza Maria Priscilla Ernandes Veiga Oliveira, da 4ª Vara Criminal de São Paulo. Ainda não há dia certo para a Justiça decidir sobre o caso.

O outro lado

O ex-presidente Lula atribuiu o pedido de prisão preventiva ao vazamento da informação de que fora convidado pela presidente Dilma Rousseff a assumir um ministério, o que lhe daria foro privilegiado e impediria que fosse preso.

A avaliação do governo é de que o pedido é “exagerado” e se baseia em elementos e provas “inconsistentes” e “frágeis”.

O advogado da família do ex-presidente Lula, Cristiano Zanin Martins, afirmou à reportagem que não foi comunicado sobre os pedidos de prisão e destacou a fragilidade dos argumentos defendidos pelo Ministério Público do Estado de São Paulo e, por isso, acredita que o pedido será rejeitado pela Justiça.

Já o Instituto Lula, por meio de nota divulgada ontem, afirmou que “o promotor paulista que antecipou sua decisão de denunciar Luiz Inácio Lula da Silva antes mesmo de ouvir o ex-presidente dá mais uma prova de sua parcialidade ao pedir a prisão preventiva de Lula”.(agência Folhapress)