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Governador só enviará reajuste após acordo com militares

07 de fevereiro de 2020 às 09:32

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Após reunião de quase duas horas com representantes de militares na tarde de ontem, o governador Camilo Santana (PT) garantiu que só fechará a proposta de reajuste salarial da categoria e a enviará à Assembleia Legislativa (AL-CE) quando houver acordo.

O petista, que recebeu a comitiva depois de protesto dos policiais, abriu uma mesa de negociação para rever pontos do texto apresentado na sexta-feira, 31, tais como o número de parcelas dos pagamentos, que pode ser reduzido de quatro para três; o valor da parcela inicial, prevista para março deste ano; o reajuste a ser pago na mudança de patente dos policiais e bombeiros; e o valor da remuneração variável (metas, horas extras e gratificações).

Formada por membros das associações de militares, deputados estaduais e integrantes do Governo e do Ministério Público do Estado (MPCE), uma comissão se reunirá já na próxima segunda-feira, 10, às 14 horas, na AL-CE, para discutir possíveis mudanças.

Logo depois da conversa na sede do Governo, Camilo afirmou que caberá a essa comissão avaliar "de imediato a proposta apresentada" pelo Abolição a fim de "chegar ao melhor termo, antes do envio à Assembleia". O petista também disse que está "aberto ao diálogo" para encontrar um reajuste "que atenda aos anseios dos policiais e que esteja dentro das possibilidades financeiras do Estado".

O projeto sugerido inicialmente pelo governador fixa percentuais de aumento que vão de 10% até 32% para policiais e bombeiros em quatro anos, concedidos em regime escalonado, a depender da patente. Os índices, considerados baixos, foram criticados por setores da corporação, sobretudo soldados e cabos.

Secretário da Casa Civil, Élcio Batista reafirmou que o Governo "nunca esteve fechado para nenhum tipo de negociação" e que "tudo pode ser avaliado e tudo será avaliado". Batista ressalvou, contudo, que "a gente precisa, com muita responsabilidade, olhar o orçamento do Estado", já que "cada mexida que faz num ponto da proposta significa um impacto".

Sobre prazos, o secretário informou que a previsão inicial de envio da mensagem ao Legislativo ainda em fevereiro se mantém. "A gente quer, no tempo mais breve possível, fechar uma proposta e encaminhar a lei", projetou. Questionado se houve recuo ante pressão dos militares, o secretário negou. "Não houve. O Governo está sempre aberto a dialogar. Isso faz parte da democracia."

Líder do Governo na AL-CE, o deputado Júlio César Filho (Cidadania) disse esperar que Estado e associações de militares entrem em consenso e evitem focos de tensão. "Uma possível paralisação não é bom para nenhum lado", advertiu.


Com informações do O Povo Online