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General acusa tucanos de se "venderem" para Camilo por obras

18 de setembro de 2018 às 09:39

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Candidato ao Governo do Estado pelo PSDB, General Theophilo queixou-se ontem da falta de apoio de prefeitos tucanos na disputa contra Camilo Santana (PT), que concorre à reeleição ao Palácio da Abolição.

"Muito prefeito do PSDB, que deveria estar me apoiando, não está. E não está por quê?", perguntou o militar da reserva. "Porque está sendo vendido para a situação, para o governador Camilo, que constrói uma estrada, que faz uma escola, que inaugura uma obra desnecessária. Esse tipo de política eu não faço."

Questionado sobre quem seriam os infiéis dentro do ninho da legenda, o candidato desconversou.

"As pessoas sabem, as pessoas conhecem", disse. "É só você ver quem é prefeito do PSDB e está me apoiando. A gente conta nos dedos quem está: Maracanaú, Horizonte e Barbalha."

As declarações foram dadas durante evento de campanha de Raimundo Gomes de Matos, deputado federal e candidato a novo mandato pelo PSDB.

Cercado por caravanas de apoiadores de Maranguape e Fortaleza reunidos num hotel da Capital, o tucano elogiou a fidelidade do parlamentar, que, segundo ele, "foi o responsável por me fazer entrar na política".

Divulgada ainda em agosto, pesquisa Ibope mostrou Theophilo com 4% da preferência do eleitorado cearense contra 64% de Camilo.

Desde o início da campanha, o PSDB sofre reveses no bloco de oposição. Primeiro, com as baixas do grupo de Domingos Filho e Domingos Neto, que se abrigaram na base governista na véspera do anúncio da candidatura tucana.

Antes disso, o senador Eunício Oliveira (MDB), um dos líderes oposicionistas em 2014, reaproximou-se de Camilo.

Mas houve ruídos também dentro da agremiação social-democrata. No mês passado, durante debate entre candidatos ao Governo do Ceará realizado pela TV Jangadeiro, Theophilo respondeu ter exigido que o então tucano Maia Jr., secretário do Planejamento de Camilo, se afastasse do partido.

De acordo com o militar, logo depois das eleições deste ano, o PSDB fará uma reorganização partidária no Estado. O objetivo, ele explica, é renovar os quadros da sigla, "dando vez aos novos e àquelas pessoas que entendem a política de outra forma".

Para Theophilo, o candidato do PSDB à Presidência, Geraldo Alckmin, também vem sofrendo com a infidelidade na corrida ao Palácio do Planalto. Ao comentar dificuldade do presidenciável de reter aliados, ele afirmou que o respeito ao laço partidário não é levado a sério hoje.

"Muita gente do 'centrão' não está apoiando o Geraldo Alckmin", reconheceu. "A mesma coisa eu falo aqui."

Sobre a possibilidade de deixar a política após a disputa, assegurou: "Dar aulas é muito mais tranquilo do que fazer política no estado do Ceará".

(O POVO – Repórtet Henrique Araújo)