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Dilma se defende hoje no Senado Federal

Apesar da grande expectativa pela fala de Dilma Rousseff (PT) aos senadores, as possibilidades de reversão de votos no Senado necessários para voltar ao comando do País são praticamente remotas

29 de agosto de 2016 às 07:54

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A primeira mulher eleita presidente da República no Brasil pode falar pela última vez à nação hoje na condição de mandatária do País.

A última declaração, que deveria ocorrer na entrega do cargo para seu sucessor no dia 1° de janeiro de 2019, vai anteceder um processo de impeachment que será finalizado amanhã.

Em um dos momentos mais aguardados do processo de afastamento presidencial, em trâmite no Senado, a presidente afastada Dilma Rousseff (PT) vai subir à tribuna da Casa, às 9 horas de hoje, para se defender das acusações que causaram seu afastamento em maio e o julgamento que pode tirá-la do mandato na votação amanhã.

Com a base política completamente esfacelada, nas duas Casas, a fala de Dilma aos senadores não tem a expectativa de reverter votos necessários para seu retorno ao cargo de presidente.

Histórico, o momento de hoje cumpre formalidade prevista no rito do impeachment, mas sinaliza também, para Dilma e o PT, o fim de uma etapa a partir da qual a legenda terá de adotar oficialmente o discurso de oposição, na tentativa de atravessar as eleições municipais deste ano e chegar a 2018 com fôlego.

Dilma fará pronunciamento e, na sequência, responderá aos questionamentos dos senadores, apoiadores e de oposição. O padrinho político da petista, o ex-presidente Lula, deverá comparecer à sessão.

Com objetivo de evitar desgaste durante a defesa, integrantes da base aliada do governo do presidente em exercício Michel Temer (PMDB) disseram que assumirão “tom respeitoso” com Dilma, mas que não aceitarão provocações de seus defensores.

“A decisão tomada é de tratar a presidente com todo o respeito que ela merece, como uma pessoa que comparece ao Parlamento cumprindo o rito constitucional do impeachment”, disse o senador Agripino Maia (DEM-RN).

Eunício Oliveira (PMDB) afirmou que tem trabalhado dentro do seu partido e com siglas da base governista para que “respeitem” a presidente e não façam questionamentos. “Eu acho desnecessário (os questionamentos). Mas, se for fazer, que faça em tom respeitoso”, aconselhou.

Para o senador Aécio Neves (PSDB-MG), caberá a Dilma dar o tom da sessão.

O tucano disse que a orientação para perguntas é de se ater ao processo. “Nossa disposição é de fazer perguntas duras, técnicas, sobre os crimes cometidos pela presidente para que ela possa se manifestar sobre eles. Se o tom que vier da presidente ou de senadores for outro, a reação será à altura”, alertou.