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Dilma Rousseff e Michel Temer nas mãos dos senadores indecisos

Os votos dos indefinidos decidirão a batalha do impeachment no Senado. Para atrair apoios, Temer e Dilma apostam em reuniões, afagos e muita estratégia

26 de junho de 2016 às 10:45

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Em meio à crise política e econômica, o grande prêmio em disputa é a continuidade na presidência da República pelos próximos dois anos e meio. A presidente afastada, Dilma Rouseff (PT), e o presidente em exercício, Michel Temer (PMDB), brigam por votos no Senado. Se o impeachment for aprovado, com 54 votos, Temer vence. Do contrário, Dilma leva a melhor. Ambos têm adeptos fieis, mas é um pequeno grupo que irá definir o placar: o dos indecisos.

Na mira, quem não votou, os que argumentaram apoiar a admissibilidade somente para investigar os supostos crimes de responsabilidade e os que parecem abertos a negociações. Além do cenário econômico, das eleições municipais e da pressão popular, a operação Lava Jato também terá papel importante. Tanto Dilma como Temer estão vulneráveis às reviravoltas da investigação.

Embora tenha perdido três ministros devido à delação premiada do ex-presidente da Transpetro, Sérgio Machado, Temer tem o poder de negociar cargos em troca de apoio. Na semana passada, participou de encontro com grupos de senadores. Sua estratégia se estende aos governadores, atendidos parcialmente no pedido de carência para pagamento das dívidas dos estados. Servidores de várias áreas e o Judiciário foram agraciados, também, com acordos que garantirão bons reajustes salariais.

De acordo com Cristovam Buarque (PPS-DF), o peemedebista se dispôs a conversar e se mostrou aberto a sugestões. Cristovam votou pela admissibilidade do processo de impeachment, mas diz que ainda julga se optará pelo afastamento definitivo da presidente. Defensor de novas eleições, ele admite que a petista conquistou simpatia quando flertou com a ideia de promover novo pleito caso retome o cargo.

“Estive em reuniões com os dois (Temer e Dilma) e foram muito boas, agradáveis. Sei que é impossível, mas eles deveriam conversar entre si e pensar no que é melhor para o Brasil”, afirma. Cristovam completa que fará uma análise técnica e legal, mas também política, antes de decidir.

A situação econômica é um dos termômetros do governo provisório, mas Temer aposta em uma agenda positiva com ampliação do Minha Casa Minha Vida e até tentativa de baixar o preço do feijão.

Aproximação

Afastada dos holofotes da grande mídia, Dilma aposta nas redes sociais e na aproximação com a militância. O uso do Facebook, para postagens e transmissões ao vivo acompanhada de ex-ministros, tem sido frequente. A presidente também demonstra-se atenta a cada passo em falso dado pelo seu vice e faz questão de comentar assuntos polêmicos, dos casos de estupro coletivo à política externa. Proibida de usar aviões da Força Aérea Brasileira (FAB), exceto para Porto Alegre, até quinta-fera, quando decisão judicial devolveu-lhe o direito à frota oficial (desde que ressarcindo os gastos ao erário), tem realizado viagens pelo Brasil em defesa de seu mandato. A agenda incluía visita a Fortaleza na terça. 28, suspensa e com data indefinida devido a problemas “logísticos”. 

Dilma faz uso das armas de que dispõem para tentar reverter o quadro: participou de encontros, lançou a proposta de novas eleições caso retorne ao poder e conta com negociações de apoio a candidatos em municípios, o que pode ajudar a convencer senadores indecisos. Até agosto, quando o julgamento do impeachment deve ter seu desfecho, ainda há cartas a serem expostas pelos dois presidentes.

 

Os 18 nomes com os quais Dilma já pode contar

 

  • Angela Portela (PT - RR)
  • Fátima Bezerra (PT – RN)
  • Gleisi Hoffmann (PT – PR)
  • Humberto Costa (PT – PE)
  • Jorge Viana (PT – AC)
  • José Pimentel (PT – CE)
  • Lindbergh Farias (PT – RJ)
  • Paulo Paim (PT – RS)
  • Paulo Rocha (PT - PA)
  • Regina Sousa (PT – PI)
  • João Capiberibe (PSB – AP)
  • Lídice da Mata (PSB – BA)
  • Kátia Abreu (PMDB – TO)
  • Roberto Requião (PMDB – PR)
  • Armando Monteiro (PTB – PE
  • Randolfe Rodrigues (Rede – AP) 
  • Telmário Mota (PDT – RR)
  • Vanessa Grazziotin (PCdoB – AM)

 

 

Os 39 nomes com os quais Temer já pode contar

  • Aloysio Nunes (PSDB - SP)
  • Ataídes Oliveira (PSDB-TO)
  • Aécio Neves (PSDB – MG)
  • Cássio Lima (PSDB - PB)
  • Dalirio Beber (PSDB - ES)
  • Flexa Ribeiro (PSDB - PA)
  • José Aníbal* (PSDB - SP)
  • Paulo Bauer (PSDB – SC)
  • Ricardo Ferraço PSDB–ES)
  • Tasso Jereissati (PSDB – CE)
  • Dário Berger (PMDB – SC)
  • Eunício Oliveira PMDB–CE)
  • Garibaldi Alves (PMDB-RN)
  • Marta Suplicy (PMDB - SP)
  • Romero Jucá (PMDB – RR)
  • Rose de Freitas (PMDB–ES)
  • Simone Tebet (PMDB – MS)
  • Valdir Raupp (PMDB – RO)
  • Waldemir Moka (PMDB – MS)
  • Davi Alcolumbre (DEM – AP)
  • José Agripino (DEM-RN)
  • Ricardo Franco (DEM – SE)
  • Ronaldo Caiado (DEM -GO)
  • Ana Amélia (PP - RS)
  • Ciro Nogueira (PP – PI)
  • Gladson Cameli (PP – AC)
  • Cidinho Santos* (PR – MT)
  • Magno Malta (PR – ES)
  • Vicentinho Alves (PR – TO)
  • José Medeiros (PSD - MT)
  • Sérgio Petecão (PSD – AC)
  • Álvaro Dias (PV-PR)
  • Fernando Coelho (PSB-PE)
  • Zezé Perrella (PTB-MG)
  • Lasier Martins (PDT – RS)
  • Reguffe (s/sigla – DF)
  • Eduardo Amorim (PSC– SE)
  • Antônio Anastasia(PSDB-MG)
  • Lúcia Vânia (PSB - GO)

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