TVJ1.com.br

Política



PUBLICIDADE

{}

Dilma está 'otimista' e 'confiante', dizem deputados governistas

Parlamentares da base se reuniram nesta segunda com a presidente. Aliados prestaram apoio à petista após derrota na sessão do impeachment.

18 de abril de 2016 às 15:14




Após se reunirem na manhã desta segunda-feira (18) com a presidente Dilma Rousseff no Palácio do Planalto, deputados da base aliada relataram que a petista está “muito otimista” e “confiante”, mesmo após o governo ter sido derrotada neste domingo (17) na votação do processo de impeachment no plenário da Câmara dos Deputados.

O encontro da presidente com os deputados não estava previsto na agenda oficial de Dilma. Participaram da audiência com a presidente os deputados José Guimarães (PT-CE), Givaldo Carimbão (PHS-AL), Orlando Silva (PCdoB-SP), Jandira Feghali (PCdoB-RJ), Marcelo Castro (PMDB-PI) e Arlindo Chinaglia (PT-SP).

“A luta está apenas começando. Tem ainda um longo período de disputa política. […] A presidenta está muito otimista e é impressionante como o astral dela está bom. Ela está animada e, solidária, agradeceu muito à nossa honradez e os votos que demos. E dissemos a ela: ‘Estamos com a senhora, como se diz no Nordeste, até debaixo d’água’”, afirmou o líder do governo na Câmara, José Guimarães.

“A presidenta está muito confiante, está muito bem. Acho que ontem foi um momento e agora o Senado terá outro papel. O governo está trabalhando a partir de agora para que o que aconteceu na Câmara ontem não aconteça no Senado. Estamos aqui, unidos como sempre, para irmos à luta mais uma vez”, acrescentou o líder do PHS, Givaldo Carimbão.

Por 367 votos a favor, 137 contra, 7 abstenções e 2 ausências, os deputados federais aprovaram a admissibilidade do processo de afastamento da petista. Agora, cabe ao Senado decidir se acolhe ou não o processo.

Se os senadores decidirem dar prosseguimento, a presidente deverá ser afastada por até 180 dias e, neste período, enquanto o Senado irá julgá-la, Temer assumirá a Presidência da República.

Temer e Cunha


Em meio às falas dos deputados, o vice-líder do governo na Câmara, Silvio Costa (PTdoB-PE), pediu a palavra para dizer que “o dia de ontem não deveria ter existido na democracia brasileira”. Para ele, o resultado foi uma “injustiça histórica” e um “equívoco” causado pelo “ódio" e "vingança” do presidente da Casa, Eduardo Cunha (PMDB-RJ).

Aos jornalistas, Costa disse que o peemedebista é um “psicopata” que deveria estar internado “há muito tempo” em Curitiba, referindo-se ao fato de a capital paranaense ser a sede das operações da Lava Jato. O vice-líder do governo atacou ainda o vice-presidente da República, Michel Temer, afirmando que fará oposição a uma eventual gestão do peemedebista, caso o Senado afaste Dilma da Presidência.

“Ele [Temer] administra um tipo de comportamento do partido dele em que o único lado que tem é o do governo – ou seja, para qualquer governo, o partido dele serve. Repito aqui que quem ganhou foi o PCC, o Partido da Corja do Cunha. E, efetivamente, ratifico que, se o Senado ratificar a decisão equivocada da Câmara, vou fazer oposição a um eventual governo Michel Temer. [...] E oposição eu sei fazer bem”, ressaltou o deputado do PT do B.

O dia seguinte

Na manhã seguinte à decisão da Câmara de dar prosseguimento ao processo de impeachment, Dilma Rousseff não fez seu passeio matinal de bicicleta nos arredores do Palácio da Alvorada, residência oficial da Presidência.

A petista chegou ao Palácio do Planalto às 9h58 e começou o dia com uma reunião com seu chefe de gabinete, o ministro Jaques Wagner.

De acordo com relatos de assessores palacianos, a petista disse aos funcionários do Planalto que não será “fácil” derrubá-la. “Vamos dar trabalho”, disse a presidente, segundo relatos de pessoas próximas.

Na sede do Executivo federal, assessores dizem que está “no radar” a possibilidade de o governo acionar o Supremo Tribunal Federal para questionar supostas “nulidades” no processo de impeachment.

Às 17h, Dilma fará um pronunciamento fará um pronunciamento para comentar a decisão dos deputados federais. Até o momento, somente o advogado-geral da União, José Eduardo Cardozo, comentou a decisão dos deputados federais.

Em uma entrevista coletiva concedida no início da madrugada desta segunda, o ministro afirmou que o governo recebeu com "indignação e tristeza" o resultado da votação no plenário da Câmara.