Deputados defendem ações para preservação da caatinga
07 de junho de 2016 às 08:22
O Ceará possui cerca de 48,3% da caatinga preservada, segundo dados do Monitoramento da Caatinga, do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), de 2013/2014. Além disso, segundo o estudo, 27,7% do bioma está degradado; 15,3% é utilizado para lavoura; 5,9% é classificado como solo exposto. Para a presidente da Comissão de Meio Ambiente e Desenvolvimento do Semiárido (CMADS), deputada Dra. Silvana (PMDB), o maior desafio é reconhecer o ecossistema.
“Infelizmente, é uma riqueza desconhecida”, avalia. A parlamentar defende ações de conscientização ambiental, para que a população também seja engajada na defesa da caatinga.
Dra. Silvana também criticou algumas medidas adotadas recentemente, como o incentivo à instalação de termelétricas, a recusa de aprovar o incentivo para placas de produção de energia solar e o adiamento na demarcação do Parque do Cocó. “Infelizmente, não temos muito a comemorar na Semana do Meio Ambiente”, lamenta a deputada, em referência às comemorações do Dia Mundial do Meio Ambiente, celebrado no último domingo (05/06).
Já o deputado Odilon Aguiar (PMB) sugere a adoção de políticas de preservação do bioma em um esforço conjunto das prefeituras e Governo do Estado. “Os municípios precisariam criar suas secretarias do Meio Ambiente, para que a gente possa discutir o planejamento tanto na preservação, como na recuperação ambiental”, comenta. Segundo Odilon Aguiar, é fundamental conscientizar o homem do campo sobre técnicas de plantio que permitam a preservação ambiental.
Além disso, o parlamentar ressalta o projeto de indicação, de autoria dele, aprovado pela Assembleia Legislativa, que cria o Programa Cearense de Desenvolvimento Sustentável (Procedes). Ele tem como objetivo de incentivar a microgeração e a minigeração de energia por meio de energias sustentáveis.
O deputado Renato Roseno (Psol) defende a alteração de práticas agrícolas no Estado, principalmente as ligadas ao agronegócio e pecuária extensiva. Para ele, é preciso estimular “práticas de convivência com o semiárido” que gerem trabalho e renda para agricultores familiares. Além disso, ele sugere a alteração da matriz energética, já que a lenha usada para fabricar carvão é um dos principais fatores do desmatamento. Por fim, Renato Roseno diz ser necessário criar um mapa das unidades de conservação no Ceará.
A Assembleia Legislativa aprovou, recentemente, as políticas estaduais de Abastecimento de Água e Esgotamento Sanitário e de Resíduos Sólidos, que também adotam medidas de combate à poluição. O Poder Legislativo realiza, ainda, uma série de atividades em comemoração à Semana do Meio Ambiente até a próxima sexta-feira (10/06).
Agência AL