Deputada Aderlânia Noronha denúncia que Farmácia Popular pode acabar
05 de outubro de 2015 às 08:58
A deputada Aderlânia Noronha (Solidariedade-CE) condenou nesta sexta-feira (2) a decisão do Governo Federal que zerou no Orçamento para 2016 a previsão de descontos da Farmácia Popular, a partir de janeiro. Sem os descontos de até 90%, remédios oferecidos sofrerão aumentos absurdos.
“Se já está difícil agora, imagine quando 24 remédios perderem esse desconto de 90%. São remédios de uso contínuo para tratamento de várias doenças graves, como colesterol, Mal de Parkinson e osteoporose. O que vai fazer quem depende desses medicamentos?”- questionou indignada.
O Ministério da Saúde, em nota oficial, reconhece que a proposta de orçamento para o ano que vem prevê um corte de R$ 578 milhões no programa Farmácia Popular, o que vai ter impacto direto na oferta de remédios com desconto, que deixará de existir. Ainda que isso deve sobrecarregar as redes municipais e estaduais de saúde, admite que situação preocupa e traz riscos à manutenção do SUS, (Sistema Único de Saúde).
Aderlânia Noronha destacou que “só para se ter uma ideia de quanto o fim deste programa pode pesar no orçamento das famílias, uma caixa com 30 comprimidos de remédio usado no tratamento de colesterol alto, que dá para um mês, comprado no programa Farmácia Popular, sai a menos de R$ 2,00. Sem desconto, pode chegar a R$ 70,00, (35 vezes mais).”
Efeito colateral
As farmácias que têm convênio com o programa também estão preocupadas porque recebem dinheiro do governo para compensar os descontos.
Para a Associação Médica Brasileira, a estratégia do governo com esse corte pode ser um tiro no pé porque, sem os descontos, muita gente pode interromper tratamentos. “O índice de doença aumenta, aumenta a internação, aumenta a despesa do governo, aumenta a despesa do hospital.” - finalizouAderlânia Noronha.
Ceará News 7
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