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Crise hídrica aproxima Camilo Santana de Governo Federal

16 de novembro de 2016 às 09:36

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A escassez de recursos tem levado os chefes de Estados a se aproximar do governo federal, com disposição de entendimento e não de confronto. Até governadores de oposição, nos bastidores, têm avaliado que o momento exige diálogo e cooperação em torno de uma pauta comum, que ajude o país a crescer. Michel Temer nutre um perfil conciliador – tem investido constantemente no diálogo com a base, até mesmo com opositores.

Diante da crise hídrica no Ceará, o presidente Michel Temer recebeu no Palácio do Planalto o governador Camilo Santana, com direito aos olhares e atenção dos senadores Eunício Oliveira, líder do PMDB no Senado, e o Tasso Jereissati (PSDB). O encontro teve a intenção de dar dinâmica às ações hídricas do Governo Federal numa das regiões mais impactadas pela estiagem, há cinco anos, e que pode prejudicar o abastecimento d’àgua na Capital e Região Metropolitana.

Para o deputado Danilo Forte (PSB), a avaliação é que “as questões administrativas do Estado do Ceará precisa estar acima das querelas políticas e disputas partidárias”, lembrando que o Ceará faz parte de uma região que possui forte dependência do governo federal, principalmente, pelas dificuldades econômicas e a situação climática, que, muitas vezes, impede o desenvolvimento das atividades econômicas e ainda encravada numa área ainda discriminada pelos investimentos.

Nas palavras do deputado, a última reunião entre Camilo e Michel Temer, as querelas políticas foram evitadas, inclusive, a pedido do próprio peemedebista. “Aqueles que tiveram alguns arrombos de questões partidárias, tiveram de se adequar as questões técnicas”, disse Danilo, sem citar nomes. Segundo ele, o governo estadual iniciou um diálogo mais amplo e direto, e não apenas com os parlamentares de bancada. “Isso requer maturidade e foi encarada pelo governador Camilo Santana e Michel Temer”, frisou ele, ressaltando que “política é arte do diálogo e não deve ser feita com dogmatismo”.

Questionado sobre as respostas feitas aos pleitos junto ao governo federal, Danilo foi taxativo: “algumas já ocorreram de forma objetiva”, citando o caso das termelétricas do Pecém. O parlamentar afirmou que, novamente, se encontrará com Michel Temer para manter as cobranças acerca da questão hídrica, tendo em vista a promessa do peemedebista de analisar o pleito sobre o andamento da obra de transposição do Rio São Francisco.


Inclusive, Camilo Santana foi o primeiro governador de um partido de oposição que Michel Temer recebeu no Planalto, após Dilma Rousseff ter sido afastada do cargo pelo Senado no dia 12 de maio, quando os senadores aprovaram abertura do processo de impeachment. Na ocasião, Santana pediu a Temer a liberação de recursos para o Ceará que haviam sido prometidos por Dilma.

Bastidores


Nos bastidores, segundo aliados do peemedebista, Temer decidiu fazer uma interlocução com os governadores do nordeste, especialmente os filiados a partidos como PT, PSB e PCdoB, que lhe fazem total ou parcial oposição. Inclusive, hoje, deve se reunir com o governador da Paraíba, Ricardo Coutinho. O presidente ainda não estabeleceu contatos diretos com os governos da Bahia, comandado pelo petista Rui Costa, e do Maranhão, conduzido pelo comunista Flávio Dino, mas ninguém se assuste se nos próximos meses ele recebê-los no Planalto.