CPI da Petrobras chega ao fim sem pedir indiciamento de políticos
Por 17 votos a nove, deputados aprovaram o parecer do relator Luiz Sérgio. Petista apenas sugeriu o indiciamento de 69 pessoas.
23 de outubro de 2015 às 09:25
A CPI da Petrobras chegou ao fim depois de oito meses sem pedir o indiciamento de nenhum político citado no esquema da Lava Jato.
Trabalho de madrugada, sessão até quase 1h30. Tanto esforço para votar um relatório final que foi duramente criticado.
Deputados de sete partidos (PMDB, PSDB, PSOL, PPS, PHS, PSD e Rede) levantaram suspeitas:
“No Brasil inteiro você vai em qualquer roda, no comércio, enfim, estão lá as pessoas falando uma frase que já é célebre no Brasil: ‘CPI acaba em pizza’”, disse a deputada Eliziane Gama (Rede-MA).
Por 17 votos a nove, os deputados aprovaram o parecer do relator, Luiz Sérgio, do PT, que isenta políticos de participação nos desvios na Petrobras. O relator apenas sugeriu o indiciamento de 69 pessoas, como ex-diretores da Petrobras, ex-funcionários e operadores. O nome do ex-tesoureiro do PT João Vaccari, que está preso na Lava Jato, foi incluído de última hora por pressão de outros parlamentares.
Abatido por uma conjuntivite, Luiz Sérgio tentou explicar: “Tenho minha consciência tranquila que trabalhei um relatório dentro de uma ótica principalmente de uma ótica propositiva”, disse o relator.
Apesar de todas as críticas, os deputados disseram que aprovar era a melhor saída. Na interpretação do presidente da CPI, Hugo Motta, o regimento interno não permite que os relatórios alternativos do PSDB e do PSOL, que responsabilizavam políticos, fossem votados.
A CPI, então, corria o risco de terminar sem apresentar uma conclusão sobre as investigações. “Nós tínhamos que cumprir a nossa tarefa, que nós não cumprimos, é que está dando todo desgaste que nós estamos assistindo, que é a percepção que passou para sociedade que isso aqui terminou em pizza”, afirmou o deputado Ivan Valente (PSOL–SP).
G1
G1