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O governo de Camilo Santana tem a difícil tarefa de reorganizar sua base aliada na Assembleia Legislativa, após eleição da escolha da nova Mesa Diretora da Casa. A ordem é desfazer os mal-entendidos e apaziguar os ânimos entre aliados, além de criar um ambiente “confortável” para que Sérgio Aguiar (PDT) permaneça na base governista, depois da derrota para o deputado estadual Zezinho Albuquerque (PDT).

O deputado Roberto Mesquita (PSD) afirmou que, nos bastidores, a base governista passa por um “processo de acomodação”. Mesquita faz parte do grupo liderado pelo deputado federal Domingos Neto, que rompeu com os Ferreira Gomes em prol do apoio ao deputado Sérgio Aguiar. Examinando o atual cenário, o parlamentar admitiu ainda há inúmeras “incógnitas” após a eleição da Mesa Diretora da Casa, pois, segundo ele, “os partidos têm seus caciques, que andam diferente dos parlamentares”. Opositor ao Governo, Mesquita frisa que a bancada de oposição sai fortalecida, pois a disputa só foi possível devido sua união.”Em 30 anos, não houve embate. Só foi possível porque a oposição se uniu”, disse.

Aliados de Camilo ainda apostam no entendimento do Sérgio Aguiar, apesar da sinalização contrária. O deputado Antônio Granja (PDT) é um deles. “Eu acredito piamente que esse entendimento vai acontecer, porque Sérgio Aguiar sempre esteve com o governador Camilo Santana e não deixar isso de lado, porque ele apoiou a reeleição de Zezinho Albuquerque”, frisou ele, afirmando que há espaços para todas as forças políticas.

Para ele, algumas conclusões são claras. Ele prevê que Zezinho deve conversar com as lideranças, independente da sua postura durante a votação da Mesa Diretora, e reorganizar a base aliada de Camilo. Ele, entretanto, admite que o processo foi “traumático”, mas espera que a tensão seja contornada.

Na semana passada, Sérgio Aguiar se declarou “independente” em relação ao governo de Camilo Santana. Ele ainda não deliberou sobre a permanência no PDT e, inclusive, tem evitado comentar sobre o assunto. Segundo aliados de Aguiar, no momento, ele está fazendo uma “reflexão” da conjuntura política.

2018

Enquanto isso, na outra parte da base aliada, o lema é “vida que segue”. O deputado federal licenciado e secretário de Assuntos Internacionais, Antônio Balhmann, diz que a reeleição de Zezinho facilitará a reeleição de Camilo Santana em 2018. “O fato de Zezinho continuar no comando da Assembléia é uma garantia de uma sucessão mais tranqüila, porque vai haver mais soma”, salientou ele. Embora dividida, ele acredita que a base governista será recomposta e aposta na articulação para o êxito.Ele também acredita na reaproximação de Sérgio Aguiar com o governo do Estado e sugeriu uma conversa franca com o correligionário.

Oposição

Lideranças de oposição também seguem na tentativa de reorganização. Nos bastidores, os deputados Audic Mota e Agenor Neto, ambos do PMDB, estariam conversando com o PSB. Ao jornal O Estado, o presidente estadual da sigla, o deputado Danilo Forte, admitiu ter tido uma conversa prévia com os parlamentares, mas sem avanços. Os peemedebistas contrariaram a decisão do partido e ajudaram a reconduzir Zezinho Albuquerque à presidência da AL. O Conselho de Ética do PMDB estuda a postura dos parlamentares.

O Estado CE