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Seis radialistas que cobriam política foram assassinados no Ceará nos últimos cinco anos

Radialistas assassinados tinham programas com temas de cunho social e político. A Polícia investiga mortes como represálias aos radialistas

09 de agosto de 2015 às 09:56

Estúdio, com microfone especial e com computador e mesa de som ao fundo

A morte do radialista Gleydson de Carvalho, executado durante a apresentação de seu programa na Rádio Liberdade, em Camocim, trouxe à tona um problema já conhecido: os assassinatos a radialistas do interior do Ceará. Nos últimos cinco anos, seis casos foram registrados. A Federação Nacional dos Jornalistas (Fenaj) já solicitou providências sobre o assunto ao Ministério da Justiça, em Brasília.

Os radialistas mortos tinham como tema de seus programas assuntos de cunho sociais e políticas. Alguns assassinatos são investigados como represálias ao que os radialistas sofriam pelo que diziam no ar.

Esta já é a terceira morte de radialista registrada no interior do Ceará neste ano. Em junho, Francisco Rodrigues de Lima, de 62 anos, foi assassinado no estacionamento da rádio em que trabalhava, em Pacajus. Em março, a vítima foi Patrício Oliveira, que foi morto na saída da rádio onde trabalhava, em Brejo Santo.

Em 2013, Mafaldo Bezerra Góis foi morto quando saía de sua casa para a rádio em que trabalhava, em Jaguaribe. Em 2011 dois casos foram registrados, o de Francisco Cidimar Ferreira Sombra, em Russas, morto em sua casa e Franzé Rodrigues, em Morada Nova, que foi baleado também em sua casa mas resistiu ao atentado.

Investigação

Na madrugada desta sexta-feira (7), a Polícia encontrou a casa onde a execução do radialista foi planejada. No local, foram encontradas roupas usadas pelos criminosos e uma foto da vítima, juntamente com uma arma. No local, um casal foi preso por envolvimento no crime. Agora, a polícia segue à procura dos executores.

O corpo do radialista Gleydson Cardoso de Carvalho, de 36 anos, chegou em Camocim por volta de 11h e teve velório aberto ao público. O sepultamento deverá ocorrer neste sábado (8), em horário e local a serem definidos por familiares, pois muitos ainda estão em trânsito, vindos de Pernambuco e Rio Grande do Norte.

Repercussão

Na manhã desta sexta-feira (7), o governador do Ceará Camilo Santana concedeu entrevista ao programa Alerta Geral, da Rádio Somzoom Sat, e lamentou a morte do radialista. Também determinou ao Secretário de Segurança Pública e Defesa Social do Ceará (SSPDS-CE), Delci Teixeira, que a execução de Gleydson Carvalho fosse devidamente investigada, apurada e que os culpados fossem presos. O chefe de estado reafirmou a sua ordem para que o caso seja solucionado pelas forças de segurança do estado.

A Associação Cearense de Emissoras de Rádio e Televisão (Acert) registra o seu profundo pesar pela morte do radialista Gleydson Carvalho, atingido a tiros no exercício de sua profissão na Rádio Liberdade FM 90,3. “O ato de violência perpetrado atingiu não somente a pessoa do Radialista, mas à liberdade de expressão de todos os brasileiros; devendo, portanto, ser punido com a maior severidade”, informa em nota.

Como a motivação dos crimes, muitas vezes, envolve a veiculação de notícias que desagradaram políticos, autoridades e empresários locais, o Sindicato dos Jornalistas do Ceará (Sindjorce) a Federação Nacional dos Jornalistas (Fenaj) defendem que as investigações destes crimes sejam feitas pela Polícia Federal. O Sindjorce manifesta sua indignação com a morte do profissional e pai de família, ao mesmo tempo em que cobra da Polícia cearense a investigação deste e dos demais casos, com a devida prisão dos culpados e punição pela Justiça. “Aproveitamos para nos solidarizar à família neste momento de perda irreparável”, declarou em nota.

Tribuna do Ceará


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