Roubos de carga despencam em mais de 60% no Estado do Ceará
17 de dezembro de 2019 às 09:00
O trabalho integrado das forças policiais do Ceará, aliado às ferramentas tecnológicas, como o videomonitoramento e do Sistema Policial Indicativo de Abordagem (SPIA), está gerando ótimos frutos. Os índices de roubos de carga no Estado estão cada vez menores e, comparando o período de janeiro a novembro de 2019 com 2018, a redução chega a 63% – saindo de 235 casos, no ano passado, para 87.
Os meses em que os índices registraram maior redução foram em março, com redução de 81%, quando foram registrados cinco casos este ano contra 26 do ano passado. Em seguida, vem o mês de agosto, com queda de 78%, indo de 23 registros para cinco em 2019. Junho marcou o terceiro mês com maior queda no ano (-77%). Naquele mês foram contabilizados seis casos contra 26 do ano passado. Dos 11 meses de 2019, oito deles tiveram menos de dez casos por mês. Em 2018, apenas o mês de dezembro havia contabilizado casos abaixo de dez. Em novembro deste ano, os roubos de carga tiveram retração de 36%. Foram registrados sete casos contra 11 no ano passado.
Para o delegado titular da DRFVC, Diego Barreto, o trabalho de investigação é parte essencial na estratégia para identificar os criminosos e desarticular os grupos que agem contra o trabalhador. “A Polícia Civil cumpre o seu papel por meio da investigação, identificando e prendendo quadrilhas especializadas neste tipo de crime. Foi o que nós fizemos ao longo do ano de 2019, com diversas prisões. Desmontamos organizações criminosas especializadas neste crime e focamos, principalmente, no receptador. É ele quem fomenta esse tipo de delito. Ele encomenda a carga, incentiva os demais integrantes do grupo criminoso e coloca em risco o motorista que transporta essas mercadorias”, ressalta.
Exemplar
Não à toa o Estado do Ceará tem servido de referência para outros estados nacionais. O uso da tecnologia e a aplicação de novas estratégias contra o crime transformaram o Ceará em exemplo para o restante do Brasil na utilização de soluções tecnológicas aplicadas à área da segurança pública. O modelo de segurança cearense serviu de base para a Secretaria Nacional de Segurança Pública (Senasp) do Ministério da Justiça e Segurança Pública (MJSP) replicar os sistemas para outros estados.
A união dessas ferramentas facilita o processo de investigação e de inteligência para combater grupos criminosos que agem no Estado, como descreve o superintendente de Pesquisa e Estratégia de Segurança Pública (Supesp), Aloísio Lira. “A integração das estratégias adotadas pela segurança pública do Ceará tem surtido efeito em diversos outros índices criminais, que mês a mês, reduzem mais de 50% em relação aos números do ano passado, como acontece com os Crimes Violentos Letais Intencionais (CVLI) e roubos a instituições financeiras. A inserção das tecnologias na rotina do policial otimiza o tempo de resposta para atuar em cada ocorrência, ou seja, o agente hoje trabalha focado nas ações, porque os sistemas apresentam mais possibilidades para atuação deles”, destaca.