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Presos são carbonizados em presídios

Mesmo com o fim da greve dos agentes penitenciários, a série de rebeliões prosseguiu ontem. Foi confirmada a morte de cinco presos, todos carbonizados. O número, durante os dois dias de rebeliões no Ceará, pode ser muito maior

23 de maio de 2016 às 08:37

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Os presídios da Região Metropolitana de Fortaleza (RMF) tiveram o segundo dia consecutivo de rebeliões e mortes. O fim da greve dos agentes penitenciários, na tarde de sábado, não interrompeu a escalada de violência. Ontem a Secretaria da Justiça e Cidadania (Sejus) confirmou duas rebeliões. No sábado, houve distúrbios em pelo menos seis presídios da RMF. No complexo de Itaitinga, na noite de ontem, era possível ouvir estrondos de bombas e tiros vindos do lado de dentro.

A Sejus confirmou cinco mortes. Duas no sábado, na Casa de Privação Provisória de Liberdade Professor Jucá Neto (CPPL 3), em Itaitinga. Ontem, foram confirmadas três mortes. na Unidade Prisional Desembargador Francisco Adalberto Barros de Oliveira Leal, em Caucaia, conhecida como Carrapicho. Todos os corpos foram achados carbonizados.

Os dois corpos achados no CPPL 3 deles terão de passar por exame de DNA para serem reconhecidos, conforme O POVO antecipou no segundo clichê de domingo.

Na noite de ontem, veículo da Perícia Forense, o chamado rabecão, esteve no complexo de Itaitinga — indicativo de mais mortes, não confirmadas pela Sejus até o fechamento desta matéria. Havia ainda intenso movimento de carros do Batalhão de Choque (BPChoque), motos do Batalhão de Policiamento de Rondas e Ações Intensivas e Ostensivas, e carros descaracterizados.

Embora também carbonizados, foi possível identificar os corpos achados no Carrapicho. Morreram no local Roberto Bruno Agostinho da Silva, 23 anos, preso por homicídio; Rian Pereira Paz, 33, que respondia por tráfico de drogas; e Daniel de Sousa Oliveira, 22, que respondia por homicídio e latrocínio. Conforme a Sejus, eles foram assassinados durante rebelião na manhã de ontem. Com o tumulto visitas foram suspensas. Segundo a Sejus, todas as mortes ocorreram em conflitos entre os próprios presos.

Vídeos feitos por presos mostram que haveria casos de detentos queimados vivos. Circularam também fotos de esquartejamentos.

Ontem à tarde, nova rebelião ocorreu na unidade Agente Luciano Andrade Lima (CPPL 1), em Itaitinga. Foi controlada às 17h40min por agentes penitenciários dos grupos especializados.

Como havia ocorrido sábado, familiares de detentos bloquearam a BR-116 na altura do km 17. Segundo a Polícia Rodoviária Federal, os manifestantes queimaram pneus para interromper o tráfego. O congestionamento chegou a 2 km. A via foi liberada às 19 horas.

Crescimento de 171%

A Secretaria da Segurança Pública e Defesa Social havia registrado 14 mortes em presídios do Ceará até abril. Com os cinco casos confirmados na série de rebeliões, o número chega a pelo menos 19. Em 2015, até o mês de maio, eram sete casos. Crescimento de 171%.

O Povo