Polícia Federal conclui que houve vazamento do Enem 2016
Em relatório enviado ao Ministério Público, a Polícia Federal indicou que candidatos tiveram acesso a provas e gabaritos antes do início da aplicação do exame
01 de dezembro de 2016 às 15:15
A Polícia Federal (PF) concluiu que as provas do primeiro e do segundo dia Exame Nacional do Ensino Médio (Enem 2016), além da prova de redação, vazaram antes do início da aplicação para, pelo menos, dois candidatos. As informações estão no relatório enviado ao Ministério Público Federal (MPF).
De acordo com informações do MPF, a investigação comprova que houve cometimento de crime de estelionato qualificado no caso. O documento será anexado ao recurso do MPF que tramita no Tribunal Regional Federal da 5ª Região, no Recife (PE).
“Uma quadrilha organizada nacionalmente teve acesso antecipado às provas. Isso compromete a lisura do exame e a própria credibilidade da logística de segurança que vem sendo aplicada”, informou o procurador da República Oscar Costa Filho.
O procurador deve divulgar mais detalhes em coletiva de imprensa, às 14 horas desta quinta, na sede do MPF no Ceará.
Vazamento
Após a análise de celulares apreendidos durante operações nos dias do exame, a PF constatou os candidatos receberam fotografias das provas e tiveram acesso aos gabaritos e ao tema da redação antes do início do exame.
A investigação descobriu que os candidatos tiveram acesso à "frase-código" da prova rosa e, mesmo recebendo provas de cores diferentes, deveriam preencher a cor rosa no gabarito, juntamente com as questões transmitidas pela quadrilha. "Tanto o gabarito quanto a frase-código foram divulgados antes do exame, o que garante a responsabilidade de afirmar que houve vazamento da prova", diz trecho do relatório divulgado pelo MPF.
Os dois candidatos foram presos em operações em Minas Gerais e no Maranhão, mas ambos receberam ''exatamente as mesmas fotografias com gabaritos das provas, porém de intermediários diferentes, deixando claro que a origem do vazamento é a mesma''.
No caso da prova de redação, a perícia identificou que os candidatos presos iniciaram pesquisas no Google sobre o tema da redação a partir de 9h38min do dia 6 de novembro.