Metralhadora apreendida no Ceará pode ter sido das Farc, diz delegado
O líder da associação criminosa que estava com a metralhadora, identificado pelo apelido de 'My Name.
07 de dezembro de 2016 às 16:51
A metralhadora Lehky Kulomet ZB, calibre Ponto 30, apreendida pela Delegacia de Repreensão às Ações Criminosas Organizadas (Draco), no último sábado (3), no bairro Passaré, pode ter sido das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia, as Farc. Segundo o delegado titular da Especializada, Osmar Berto, uma das possibilidades que estão sendo investigadas é que a arma tenha vindo da Colômbia para o Paraguai, de onde foi enviada para o Brasil, em especial para o Rio de Janeiro. O bando cearense que adquiriu a metralhadora, fabricada na antiga Tchecoslováquia capaz de efetuar 500 disparos por minuto, teria tratado com a facção criminosa Comando Vermelho (CV) para consegui-la.
"Com esse acordo de paz, a guerrilha está se desfazendo dessas armas. Pode ser que esta seja fruto disto", afirmou o delegado. A arma é relativamente nova e estava no Ceará há cerca de uma semana. Conforme um servidor da Secretaria de Segurança Pública, que não quis se identificar, ela pode custar de R$ 150 a 200 mil. Também foram apreendidas 72 munições, calibre Ponto 30, que são consideradas caras.
O líder da associação criminosa que estava com a metralhadora, identificado pelo apelido de 'My Name', está em um presídio no Complexo Penitenciário de Itaitinga e diz ser filiado ao Comando Vermelho. Teria sido ele que entrou em contato com os criminosos da facção carioca para que a arma, capaz de abater até aeronaves, fosse enviada para o Ceará. Segundo declarou o delegado geral, Andrade Júnior, pessoas ligadas a 'My Name' estiveram no Rio de Janeiro "fazendo um estágio para aprender a operar a arma".