Mais de 4 mil detentos foram transferidos entre presídios cearenses
07 de janeiro de 2017 às 11:41
A informação é do Conselho Penitenciário do Estado. Medida busca separar presos por facções e evitar conflitos, como massacres registrados em Manaus e Boa Vista. Na madrugada de ontem, um óbito foi registrado em Itaitinga
Mais de quatro mil presos foram transferidos entre os presídios cearenses desde a terça-feira, 3, segundo informações do Conselho Penitenciário do Estado do Ceará (Copen). A medida foi iniciada 48 horas após rebeliões e mortes ocorridas no maior presídio de Amazonas, o Complexo Penitenciário Anísio Jobim. Em Manaus, foram 56 mortes. Na madrugada de ontem, novo massacre deixou 33 mortos na Penitenciária Agrícola de Monte Cristo, em Boa Vista, conforme a Secretaria da Justiça e Cidadania (Sejuc) em Roraima.
No Ceará, líderes e presos vinculados às facções criminosas são transferidos como medida de prevenção. A identificação de pertença a um dos grupos segue a declaração dos presos. “Não estamos fora de risco, estamos em alerta, com todo o efetivo de prontidão. Pode haver quem não tenha declarado a que facção pertence”, explica Ruth Vieira Leite, membro do Copen e especialista em Criminologia e Direito Penitenciário. Ela detalha também que é forte a ligação entre os líderes de facções dos presídios do Ceará com os de Amazonas.
Durante esta semana, as atividades de educação, saúde e assistência jurídica no sistema penal do Estado ficaram paradas enquanto as transferências estiveram em primeiro plano.
Em nota, a Secretaria da Justiça do Ceará (Sejus) informou que a contagem “das movimentações realizadas” entre as unidades prisionais nesta semana está sendo finalizada e um número “concreto” deve ser divulgado somente nesta segunda-feira, 9.
O Povo