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Gerentes são presos suspeitos de desviar R$ 59 milhões de banco no Interior do Ceará

30 de agosto de 2019 às 07:24 - Atualizado em 30/08/2019 07:23

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Dois gerentes do Banco do Brasil foram presos nesta quinta-feira (29), no município de Pentecoste, interior do Ceará, por supostamente integrarem uma organização criminosa interestadual que desviou R$ 59 milhões da instituição. Segundo a polícia, os bancários forjaram o próprio sequestro para justificar a realização de transações financeiras suspeitas entre uma agência da cidade cearense de General Sampaio e uma conta no estado de São Paulo.

Além dos gerentes Pedro Eugênio Leite e Celso Luiz Grillo de Lucca, outros membros do grupo foram detidos no interior de São Paulo, e um em General Sampaio. A defesa dos gerentes não quis se manifestar sobre o assunto.

Em nota, o Banco do Brasil afirmou que detectou a atuação dos fraudadores e comunicou os fatos às autoridades. "A conduta de funcionários do Banco envolvidos em irregularidades é analisada sob o aspecto disciplinar. De acordo com as normas internas, as soluções administrativas passíveis de aplicação vão desde a advertência e suspensão até destituição do cargo, demissão sem justa causa e demissão por justa causa", conclui a nota.

Conforme o diretor do Departamento de Polícia do Interior (DPI), Marcos Aurélio de França, o setor de inteligência do banco descobriu o golpe, no qual criminosos criaram um débito na agência de General Sampaio e creditaram a quantia integralmente em uma conta poupança no estado de São Paulo, auxiliados por funcionários do banco. Com o crédito na conta, os operadores passaram a fazer a “pulverização dos valores”.

Também no dia 23, foi preso um homem identificado como Jefferson Alves. Com o andamento das investigações, Jefferson revelou a participação de Pedro Eugênio Leite e Celso Luiz Grillo de Lucca, responsáveis pelas agências de General Sampaio e Tejuçuoca, no esquema criminoso.

Confrontados sobre suas participações na liberação dos valores, os bancários afirmaram que teriam sido sequestrados e estavam agindo sob ameaça. De acordo com a Polícia Civil, os gerentes alegaram que foram coagidos, durante três dias, a realizarem a transação financeira. Entretanto, conforme os investigadores, “os fatos não sustentam tal versão”.

Contradições

Diante das inconsistências nos depoimentos, o juiz Caio Lima Barroso decretou a prisão temporária por cinco dias dos bancários, “tendo em vista as inúmeras contradições apresentadas em suas alegações, pois afirmaram terem sido sequestrados”.

Ainda de acordo com as informações da Polícia Civil, para movimentar a alta quantia, o grupo necessitava da assinatura digital dos dois gerentes. A pedido do Ministério Público, por meio do promotor Jairo Pequeno Neto, a Justiça bloqueou todas as contas que receberam os valores desviados, com base na lei de lavagem de dinheiro.

A investigação contou com a participação da Delegacia de Defraudações e Falsificações (DDF) e do Departamento de Polícia Especializada (DPE), da Polícia Civil do Ceará, comandadas pelos delegados Jaime Paula Pessoa Linhares e Eduardo Tomé, respectivamente.