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Empresário suspeito derrubar casas e agredir moradores para construir usina eólica em Beberibe é preso com R$ 500 mil

08 de dezembro de 2020 às 14:46

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Um empresário foi preso, nessa segunda-feira (7), suspeito de ser o mandante de ações violentas para expulsar moradores de uma comunidade na cidade de Beberibe, litoral do Ceará. O investigado, que não teve o nome divulgado pela polícia porque o processo é ocorre em segredo de justiça, foi detido em Brasília com R$ 500 mil em reais, além de uma quantia em dólares e euros.

Além de expulsar as famílias das casas, o empresário ainda é investigado por tentativa de homicídio e dano qualificado. Outros cinco inquéritos apuram atos de violência cometidos pelos suspeitos na região.

Segundo informações da Polícia Civil, o empresário tentou derrubar casas na comunidade com um trator. Conforme a Defensoria Pública do Estado do Ceará, que acompanha o caso, os moradores disseram que os ataques foram feitos por homens encapuzados através de máquinas para afugentar a população.

Os crimes ocorreram durante a madrugada. Cento e cinquenta pessoas vivem na comunidade tradicional a partir da pesca e da agricultura. Eles ocupam a área há mais de 60 anos.

Um morador, que não quis se identificar, relatou à reportagem que os ataques acontecem há cinco anos. Os crimes não são executados de forma frequente, mas em madrugadas diversas e em regiões diferentes do local. "Ele (o mandante) nunca vem, sempre são pessoas armadas, mascaradas. Ele sabe, é tudo arquitetado. Até por onde ele passa para as pessoas não verem e avisarem pra gente", narra.

Ainda segundo o morador, quando houve o ataque criminoso de setembro, foram derrubadas duas casas que estavam em construção e a tentativa de avançar por uma outra. Nesta, duas mulheres e duas crianças dormiam no momento. "No começo, foi bem difícil. Não podia ouvir uma zoada que todo mundo já ficava alerta, principalmente na madrugada", explica.

Na última ação, em 30 de novembro, os criminosos atiraram nas portas de moradores, agrediram uma senhora idosa e utilizaram spray de pimenta contra a comunidade.

Após a detenção do suspeito, no entanto, há um sensação mista no grupo. "A gente fica feliz por ele estar preso, pagando por isso, mas fica apreensivo porque sabe que ele tem dinheiro, tem muita influência em cima de algumas pessoas. Isso pode ser bom pra gente, mas também pode ser ruim".