Chefe de facção que ordenou assassinato em Fortaleza usava farda e identidade falsa da Polícia Militar
08 de agosto de 2025 às 13:11
Um homem apontado como um dos chefes da facção criminosa Guardiões do Estado (GDE) em Fortaleza se passava por policial militar, inclusive vestindo a farda e portando uma carteira funcional falsa da corporação, segundo as investigações da polícia.William de Oliveira Silva, conhecido como "Ceguinho", de 24 anos, foi preso em novembro de 2024, no Bairro Joaquim Távora, na capital, por ordenar o assassinato de um homem na região.
"William 'Ceguinho' tinha o hábito de se passar por policial, ao ponto de, durante as buscas e apreensões em sua casa, ter sido apreendido um fardamento da polícia militar, falsa carteira funcional da PM/CE em seu nome e carteira com o brasão da instituição", diz um trecho da denúncia do Ministério Público.
Conforme as investigações, quando o criminoso usava a farda da polícia conseguia transitar em determinados ambientes sociais e institucionais sem levantar suspeitas.
"Inclusive mantendo contato com verdadeiros agentes públicos, os quais, em tese, acreditavam se tratar de um policial em formação", aponta a investigação.
No momento da prisão de William, os agentes também apreenderam uma pistola, munição, seis celulares, 402 gramas de cocaína, balanças de precisão, medicamentos e R$ 2.242 em espécie.Com a extração dos dados dos celulares de William, onde as fotos dele fardado de policial foram encontradas, os investigadores conseguiram identificar que o homem agia como o principal articulador das ações da GDE no Bairro Piedade, ocupando a função de "Sintonia Geral".Isso significa que ele era responsável por coordenar ações criminosas como tráfico de entorpecentes, fornecimento de armas, planejamento de homicídios e estratégias da facção nos bairros Piedade, Joaquim Távora, São João do Tauape (Lagamar) e Pio XII.Além disso, o suspeito mantinha ligação direta com outros membros fundadores do grupo criminoso, inclusive dando apoio logístico a integrantes foragidos.As provas colhidas na investigação sobre William levaram o Ministério Público denunciar ele e outras 28 pessoas por integrar organização criminosa, entre outros crimes.