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Vacina de Oxford contra Covid-19 mostra 70% de proteção, diz estudo

23 de novembro de 2020 às 10:56

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Os resultados tão aguardados da vacina de Oxford com o laboratório AstraZeneca foram divulgados nesta segunda-feira, 23, e apontam para eficácia de 70% contra a Covid-19. A primeira vista, o índice parece decepcionante se comparado aos 95% de eficácia dos imunizantes da Pfizer/Biontech e da Moderna — mas existem diversos pontos a serem celebrados e analisados com calma em relação ao produto desenvolvido na Inglaterra.  Os resultados divulgados nesta segunda fazem parte da fase 3 de estudos e envolveram 20 mil voluntários do Reino Unido e do Brasil. Dos 20 mil voluntários, 131 foram infectados pela Covid-19 — 101 receberam uma “injeção simulada” e os outros 30 tinham tomado o imunizante.

Essa vacina é a única que o governo federal comprou até agora e está sendo desenvolvida em parceria pela Fiocruz. Dois regimes de dosagem apresentaram resultados bem diferentes. Um deles teve 90% de eficácia. No método, os voluntários receberam meia dose da vacina em uma primeira aplicação e uma dose inteira em uma segunda aplicação. No outro método, os voluntários receberam duas doses completas e a eficácia foi de 62%. Combinando os dois resultados, os pesquisadores chegaram ao índice de 70% de eficácia. Ou seja, ajustes ainda serão feitos.

A vacina de Oxford é muito mais barata que a da Pfizer e da Moderna. As duas mais eficazes estão sendo negociadas entre US$ 25 e US$ 30 internacionalmente. A de Oxford custa entre US$ 3 e U$ 5. Fora os desafios logísticos que a vacina da Pfizer demanda — a de Oxford tem distribuição muito mais simples e convencional. Por conta disso, o governo britânico montou portfólio com diversas vacinas diferentes e cada uma terá público alvo específico.

A da Moderna, por exemplo, que é mais cara, mas muito eficaz, pode ser dedicada para os mais idosos, que são mais vulneráveis. A de Oxford, mais barata e fácil de distribuir, pode ser usada para a maioria da população, que em tese tem menos riscos de complicação caso acabe contraindo o coronavírus. Por fim, é preciso lembrar que a vacina de gripe desta temporada sendo distribuída atualmente no Reino Unido tem eficácia de 50%.

Os pesquisadores produziram em 10 meses o que normalmente levaria 10 anos para ser alcançado. Portanto, a vacina de Oxford, que a Fiocruz vai distribuir no Brasil, é mais um marco de extrema relevância nesta pandemia — mesmo que seu índice de eficácia seja mantido mesmo em 70%. Os britânicos já têm 4 milhões de doses prontas para serem distribuídas, de uma encomenda de 100 milhões de doses. A expectativa é de que a campanha comece já no início de dezembro.