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Faltará vacina contra Covid se estados não seguirem plano federal, diz Queiroga

26 de agosto de 2021 às 08:06

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O ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, advertiu nessa quarta-feira (25) que há risco de faltar doses contra a Covid-19 caso os estados não sigam as orientações do Programa Nacional de Imunizações (PNI). Para ele, é preciso defender a "soberania" do programa.

"Se cada um quiser fazer seu próprio regime, não vai dar. Não adianta ficar noticiando na imprensa que ministério atrasou e faltou dose. Se for diferente, vai faltar dose mesmo, e não vale ir para a Justiça. O direito de ir para a Justiça é um direito universal, mas o juiz não vai assegurar dose que não existe", afirmou.

As declarações ocorreram em entrevista coletiva para comentar a decisão de ofertar uma dose de reforço para idosos acima de 70 anos e imunossuprimidos (como pacientes transplantados). Em nota divulgada mais cedo, a pasta informou que a previsão é que isso ocorra na segunda quinzena de setembro.

Na entrevista, Queiroga não citou um estado específico, mas criticou o que chamou de "demagogia vacinal".

"Não adianta um estado estar vacinando com 18 anos e outro 30. Se a gente decide aqui que os trabalhadores de saúde não serão contemplados com dose de reforço, não vale uma demagogia vacinal de estado A ou B dizer que vai aplicar doses em trabalhadores de saúde. Isso foi discutido amplamente."

Segundo Queiroga, a decisão sobre a oferta de doses de reforço para pessoas acima de 70 anos e imunossuprimidos foi tomada pela câmara técnica que assessora o PNI e considerou, entre outros pontos, a necessidade de maior proteção deste grupo contra a variante delta.

INTERVALO

A estratégia deve usar prioritariamente doses da Pfizer. A medida considera estudos de intercambialidade e a previsão de que a pasta tenha mais mais doses desse imunizante nos próximos meses, informa. Caso as doses da Pfizer não estejam disponíveis, a recomendação é de utilizar doses da Janssen e AstraZeneca.

No caso dos idosos, a oferta do reforço deve ocorrer para aqueles que receberam a segunda dose há mais de seis meses. Para os imunossuprimidos, o intervalo deve ser de 28 dias após terem recebido a segunda dose ou dose única (para vacinados com a Janssen).

O ministro disse esperar ter até o fim de outubro ou início de novembro dados de um estudo contratado pela pasta para avaliar a oferta de uma terceira dose em pessoas que receberam a Coronavac, o que deve auxiliar em decisões futuras sobre novos grupos a receberem doses extras, aponta.

ANTECIPAÇÃO

A pasta também anunciou nesta quarta a previsão de antecipar o intervalo de aplicação de uma segunda dose da Pfizer e Astrazeneca de 12 para 8 semanas também a partir da segunda quinzena de setembro.

De acordo com o ministro, a antecipação deve fazer com que toda a população adulta esteja completamente vacinada até o fim de outubro. Até então, a meta do ministério era vacinar toda a população adulta com duas doses até dezembro deste ano.

A secretária de enfrentamento à Covid, Rosana Melo, informou que a estratégia de antecipar a segunda dose e ofertar um reforço para alguns grupos não deve afetar a imunização de adolescentes sem comorbidades, que já estava prevista para setembro.

"Mesmo iniciando a partir de setembro, adolescentes sem comorbidades, temos o quantitativo necessário desses imunizantes", disse.

Mais cedo, em evento da XP, Queiroga classificou como "remoto" o risco de falta de doses da AstraZeneca com a antecipação da segunda dose. A posição foi repetida em coletiva horas depois.

Segundo ele, caso isso ocorrer, porém, a ideia é utilizar o intervalo de 12 semanas ou fazer intercâmbio de doses.

Com informações do Diário do Nordeste