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Cearense conquista medalha de prata e tem o melhor resultado do Brasil em olimpíada mundial de química

14 de agosto de 2020 às 16:49

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Representando o Ceará, o estudante Ygor de Santana Moura, 18, conquistou, pelo segundo ano consecutivo, uma medalha de prata na Olimpíada de Química Internacional (IChO). Em 2020, a vitória veio na 52ª edição do evento, sendo o único brasileiro a conseguir a segunda posição. Ao todo, a competição reuniu 250 alunos de ensino médio de 60 países, ocorrendo entre os dias 23 e 29 julho, de forma remota.

Somente quatro brasileiros conquistaram medalhas, sendo as outras três de bronze. Dois estudantes moram no Rio de Janeiro, Davi Medeiros Fortunato e Pedro Yudi Honda, e um no Distrito Federal, Thiago José Velôso.

A trajetória de Ygor se iniciou no final de 2015, quando mudou-se com a família do Rio de Janeiro para o Ceará a fim de se dedicar os estudos. Em janeiro de 2016, já começava o ano letivo como bolsista do Colégio Ari de Sá Cavalcante. As três primeiras medalhas mundiais foram conquistadas em 2019, sendo ouro na Iberoamericana de Química (OIAQ), prata na IChO, e outra prata na Olimpíada Europeia de Física (EuPhO).

Até este ano, o jovem soma 47 premiações entre olimpíadas mundiais, nacionais, regionais e internas, sendo 19 medalhas de ouro, 13 de prata, 9 de bronze e 5 menções honrosas. Para alcançar tais resultados, a dedicação aos estudos foi constante, costumando estudar de 8h da manhã até o mesmo horário da noite. Nas férias, optava por participar dos cursos em exatas disponibilizados pelo colégio durante o período.

“O meu objetivo com Olimpíadas sempre foi ganhar conhecimento e eu gosto muito de pensar nos problemas de uma forma diferente do que você está acostumado em sala de aula. É uma coisa que dá para realmente se divertir”, afirma.

Conquista

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Além das vitórias nas olimpíadas, o jovem também foi aprovado, no dia 14 de março deste ano, no Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT), nos Estados Unidos, com bolsa integral. A instituição irá custear passagem, moradia e anuidade na graduação. Com isso, Ygor organiza a mudança à cidade de Cambridge para início de 2021.

Para a mãe do estudante, Cleia Nunes de Santana, 54, foi uma alegria grande ver o esforço de Ygor se transformar nas vitórias olímpicas e, principalmente, na entrada no MIT. Com apenas o ensino médio completo, a costureira buscou sempre incentivar aos filhos, Ygor e Nicolas, a irem mais longe.

O jovem se tornou o primeiro da família a passar em uma universidade no exterior. Tanto Cleia, quanto o pai, Raimundo Luciano Moura da Silva, cursaram até o ensino médio.

“Eu vim de um povoado que a gente não sabia nem o que era universidade. Faculdade na nossa época era só para o rico, agora que a gente pode sonhar um pouco”, acrescenta a mãe.

Apoio

Ygor percebe o suporte da escola como essencial em sua trajetória, contando com uma rede de apoio por parte de professores, alunos e coordenadores. “Tudo que eu precisava, estava lá. Tem psicóloga para atender, professores muito bons, tiram dúvidas qualquer hora que precisar”, declara Ygor.

Segundo o coordenador de Olimpíadas Científicas do Colégio Ari de Sá, Francisco Alves, Ygor sempre buscou outros conhecimentos para além da sala de aula. Agora, o coordenador e outros professores que acompanharam o crescimento de Ygor, aguardam com ansiedade as próximas conquistas do aluno no exterior.

“Ygor está escrevendo uma história brilhante em sua vida acadêmica. Sentimo-nos extremamente orgulhosos e temos acompanhado grande parte da trajetória acadêmica e pessoal do Ygor, somos gratos à família por ter depositado confiança no nosso trabalho”, finaliza Alves, em nome da equipe da coordenação olímpica.