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Aprovados em universidades na França temem perder bolsa por não conseguir se vacinar a tempo para entrar no país

22 de julho de 2021 às 08:36

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Um grupo de 36 estudantes do Ceará com idade entre 20 e 37 anos aprovados para universidades francesas tenta conseguir a imunização contra a Covid-19 junto às autoridades de saúde do estado e do município de Fortaleza. Isso porque para entrar na França e iniciar os estudos, precisam estar completamente imunizados e muitos deles ainda não se enquadram na faixa etária que atualmente está sendo imunizada.

No último sábado (17), a França autorizou a entrada de turistas que tenham tomado as duas doses da AstraZeneca, da Pfizer ou da Moderna, ou a dose única da Janssen. Nesta quinta-feira (21), Fortaleza aplica a vacina em pessoas nascidas até 1993, ou seja, acima de 27 anos de idade.

Este ainda não é o caso do estudante do sétimo semestre de engenharia elétrica da Universidade Federal do Ceará (UFC), Miguel Casemiro, que tem 22 anos. Ele conseguiu vaga para estudar na École Centrale Lille, na cidade francesa de Villeneuve-d'Ascq. Ele teme que não consiga ser vacinado a tempo de viajar para o país, já que as aulas começam entre o fim de agosto e o começo de setembro, e isso o faça perder a bolsa que conquistou.

"Posso dizer que desde 2016 venho me preparando para conseguir essa bolsa, pois fiz curso de francês, participei de um projeto de extensão na universidade que acolhia estudantes de outros países e onde eu tive contato com alguns alunos franceses, além disso, desde a divulgação do edital, há cerca de dez meses, passei por dois processos, entrevistas e não quero perder essa chance", diz.

Sobre a possibilidade de vacinar os estudantes, a Secretaria Municipal de Saúde de Fortaleza (SMS) disse que apenas executa o que determina a Secretaria Estadual da Saúde (Sesa) e remeteu o caso à Pasta. A Sesa, por sua vez, informou que "qualquer decisão de alteração no esquema de vacinação contra Covid-19 do Estado deve ser pactuada na Comissão Intergestores Bipartite do Ceará (CIB)". Dessa forma, os estudantes ainda estão sem respostas sobre a vacinação.

Exigências francesas

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Os cursos para os quais os estudantes conseguiram vagas abrangem áreas de engenharias, arquitetura e urbanismo, comunicação, ciências políticas e filosofia, e se dão em instituições renomadas da França, tais como École Centrale Lille e École Centrale de Marseille. Caso não haja a apresentação dos alunos na data do início do semestre, entre 27 de agosto a 2 de setembro haverá a perda da bolsa.

Além da necessidade de estar imunizado contra a Covid-19, há prazos específicos exigidos pela França no que diz respeito à conclusão da imunização. Para a vacina da Janssen, por exemplo, que é dose única, o governo francês pede um prazo de 28 dias após a aplicação da vacina para que os brasileiros possam entrar no país. Já para as vacinas de duas doses, o prazo de espera para entrar no país é de sete dias.

'Situação dramática'

A preocupação para saber se vai conseguir iniciar os estudos na França também é sentida pela estudante de arquitetura Rachel Lemos, aprovada para a École Nationale Supérieure d'Architecture de Marseille. Segundo ela, a situação se torna cada vez mais dramática à medida que o tempo vai passando e os estudantes não conseguem se vacinar.

"As aulas vão começar dia 27 de agosto. Se você fizer as contas, o ideal era que a gente chegasse lá cinco dias antes, mas para chegarmos lá no primeiro dia de aula, teríamos que tomar a vacina agora, se for a Pfizer. Caso seja a Astrazeneca, não dá mais tempo de esperar o prazo exigido pela França. Os estudantes estão com medo de serem hostilizados por medo de a população achar que estamos furando a fila, mas não se trata disso", explica.

Diante do impasse, tudo o que o Miguel Casemiro espera é conseguir logo a vacinação e poder realizar o sonho de estudar no exterior e aumentar a bagagem de conhecimento.

"A expectativa é que pelo menos até a primeira semana do próximo mês de agosto já tenhamos pelo menos a data marcada para vacinar e não perdermos a nossa bolsa e a oportunidade de trazer conhecimento para o nosso estado e nosso país", conclui o estudante.

Com informações do G1