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Estudante grávida passa mal e morre em faculdade em Vitória

A suspeita é de que ela tenha sofrido um infarto. Segundo informações da Multivix, Natalia Vargas Zardo, de 30 anos, apresentou um mal-estar ao final das aulas

Natalia passou mal na faculdade, nesta quinta, e morreu Foto: Reprodução Facebook

Uma grávida de nove meses, estudante de arquitetura da Multivix, em Vitória, morreu no início da tarde desta quinta-feira (18), quando estava na faculdade. A suspeita é de que ela tenha sofrido um infarto. O fato ocorreu por volta das 12h40. Segundo informações da instituição de ensino, Natalia Vargas Zardo, de 31 anos, apresentou um mal-estar ao final das aulas.

Ainda de acordo com a Multivix, a universitária recebeu o primeiro atendimento por médicos e enfermeiros da própria instituição, que cumpriram todos os protocolos médicos até a chegada do Samu, que efetuou os procedimentos adequados de remoção.

Segundo uma estudante de 22 anos, colega de classe de Naty Zardo, como era conhecida, a mulher começou a passar mal no corredor da instituição. Alguns colegas dela estavam por perto e pediram socorro. De acordo com a estudante, Natalia tinha problemas cardíacos e utilizava um marcapasso.

"Os meninos que estavam do lado dela chamaram um professor de medicina e um aluno de farmácia. Eles tentaram reanimá-la durante 40 minutos, até a chegada do Samu", relatou.

De acordo com a estudante, quando os socorristas do Samu chegaram, Natalia ainda estava com vida. Porém, logo que eles deixaram o prédio da instituição, ela não resistiu. Segundo a universitária, o parto foi feito dentro da ambulância, com Natalia já morta. 

O bebê nasceu sem respirar e foi levado para a Maternidade Santa Ursula. Ele foi reanimado e levado para a UTI Neonatal, onde permanece estável. Ele nasceu com 38 semanas e se chamará Pedro, que o nome que a mãe já havia escolhido.

Naty Zardo era diretora de bateria da Jucutuquara Foto: Reprodução Facebook

Aulas suspensas

A Multivix informou que as aulas do turno noturno desta quinta-feira estão canceladas por conta da morte da aluna. A instituição encerrou o expediente às 16 horas.

A faculdade informou ainda que as aulas do curso de Arquitetura e Urbanismo do turno matutino estão suspensas nesta sexta-feira. Para os demais cursos, as aulas estão mantidas. A Multivix disse que está integralmente solidária à família e amigos da aluna neste momento.

Cardiopatia

Natalia costumava postar mensagens, em uma rede social, informando sobre o andamento da gravidez. No mês passado, a mulher disse que ela e o bebê estavam bem, apesar de se tratar de uma gravidez de risco. Ela sofria de Tetralogia de Fallot, uma doença congênita, e disse que estava sob acompanhamento médico.

Naty, que também era diretora de comunicação da bateria da escola de samba Jucutuquara, informou na postagem que, por conta do problema, precisaria se afastar de algumas atividades, já que precisaria de repouso absoluto. No entanto, ela disse que continuaria frequentando a faculdade até esta sexta-feira (19), já que o parto aconteceria poucos dias depois. A previsão era de que o bebê nascesse na próxima terça-feira (23).

Também via rede social, a Unidos de Jucutuquara se manifestou sobre a morte de Naty Zardo. A agremiação informou a morte da diretora de bateria "com muito pesar" e disse que "a Nação de Jucutuquara está de luto".

Demora no atendimento

Testemunhas relataram que a ambulância do Samu demorou muito para chegar ao local, o que poderia ter contribuído para a morte da estudante. De acordo com a coordenadora-geral do Samu, Tatiana Perim, o primeiro chamado para atender a mulher foi por volta de 12h11, quando uma paciente com síncope esperava por atendimento. Uma ambulância básica foi liberada.

Em seguida, um novo chamado tratava de outro estado da paciente que estaria tendo uma PCR (parada cardíaca respiratória) e uma ambulância UTI foi deslocada do bairro Mata da Praia para a faculdade Multivix, chegando ao local em cinco minutos. Mesmo com o equívoco das ambulâncias, o atendimento não ultrapassou os 25 minutos.

Durante a ocorrência, Natalia foi atendida por médicos que são professores da instituição. "Foi tomada a decisão de salvar uma vida. A criança já estava em parada cardíaca também e não resistiria até o hospital", afirmou a médica e coordenadora do Samu.

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