Famosos e TV Milena Toscano, de Escrava Mãe, fala sobre machismo: "É um absurdo mulheres ainda ganharem menos"

Milena Toscano, de Escrava Mãe, fala sobre machismo: "É um absurdo mulheres ainda ganharem menos"

Atriz interpreta Filipa, uma jovem revolucionária, na nova novela da Record

  • Famosos e TV | Juliana Moraes, do R7

Milena Toscano contou que fez aula de capoeira para viver Filipa

Milena Toscano contou que fez aula de capoeira para viver Filipa

Raphael Castello/AgNews

Milena Toscano vai interpretar Filipa, uma jovem à frente de seu tempo em Escrava Mãe, da Record. Ao R7, a atriz falou sobre a importância de mulheres revolucionárias como sua personagem para a história do Brasil.

— Se nós, mulheres, estamos aqui hoje em dia, livres do jeito que somos, devemos muito a mulheres como Filipa, que brigaram, que lutaram. Apesar de ela ser uma menina, moleca, arteira, de ser a menininha dos olhos do pai e da família inteira - porque foi criada numa família de homens -, ela é revolucionária, feminista, abolicionista e não entende o motivo pelo qual os negros e as mulheres eram tratados daquela forma.

A estrela da nova novela da Record, que estreia na terça-feira (31), às 19h30, contou que a história de Filipa é cheia de mistérios e que ela, apesar da força de lutar pelos ideais, é uma pessoa amorosa.

— Ela tem muita força para correr atrás dos ideais, independentemente de parecer uma menina frágil. Ela se apaixona pelo Átila, um escritor super-revolucionário e vai tentar descobrir todos os segredos da família, principalmente a morte da mãe, que nunca foi explicado para ela. A Filipa é capaz de se vestir de homem para fugir de casa e descobrir o que acontece nas noites fora daquele ambiente de proteção em que vive. Ela é de uma doçura, do bem, que quer ser feliz e luta por isso.

A atriz se empenhou bastante para viver Filipa. Até aula de capoeira Milena fez para o papel.

— Ela faz capoeira, maculelê, esgrima, tudo o que mulheres não faziam naquela época. Ela é capaz de fazer de tudo. E, para viver isso, tive que aprender. Fiz aulas de capoeira e tudo mais.

Para o papel, Milena se inspirou em personagens reais e também da ficção e avaliou de onde vem a dificuldade de construir Filipa.

— Pesquisei muito sobre Joana D’Arc, Anita Garibaldi e também sobre a Arya Stark (Maisie Williams), do seriado Game of Thrones. A dificuldade de fazer a Filipa consiste em criar uma pessoa mais moderna dentro de um contexto antigo, difícil. Ela é revolucionária praquela época. Para hoje, ela ainda seria uma menina de antigamente. Apesar de hoje em dia a gente achar normal, na época era absurdo.

Aos 32 anos, Milena comparou sua personagem à vida real e salientou que, assim como Filipa, luta por seus ideais.

— Existem coisas que não adianta você dar murro em ponta de faca, principalmente nos dias de hoje. Mas é óbvio que quando quero, vou e faço. Saí de casa aos 15 anos, morava em Tóquio porque queria ser modelo. Aos 18, morava sozinha no Rio de Janeiro para ser atriz.

A atriz também avaliou a desigualdade que ainda ronda o mundo entre os homens e as mulheres. Segundo Milena, o machismo é cultural e ainda vai perdurar na sociedade por algum tempo.

— Até hoje a desigualdade entre o homem e a mulher é grande. Acho que existe uma cultura que vem desde que o mundo é mundo. É essa cultura machista, que está incrustrada no ser humano, seja no Brasil ou nos Estados Unidos ou em qualquer outro lugar. Acho que isso não vai mudar. Apesar de ter melhorado bastante, ainda acho um absurdo uma mulher ser cantada na rua, uma mulher ser taxada como péssima motorista. Acho absurdo, em alguns lugares, as mulheres ganharem menos do que os homens. Graças a Deus, sofri muito pouco esse preconceito na minha vida, nunca tive problema com diferença salarial. As pessoas não podem ser julgadas por gênero. Se é homem, mulher, gay, hétero. As pessoas têm que ver o cargo da empresa, o quanto as pessoas trabalham, quem as pessoas são e o que as pessoas fazem. Só isso.

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